União Europeia proíbe exportação de frango brasileiro

Por Arlaine Castro

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[caption id="attachment_164903" align="alignleft" width="363"] Frigorífico brasileiro. Foto: arquivo Agência Brasil.[/caption] A União Europeia anunciou nesta quinta-feira, 19, a proibição de 20 frigoríficos brasileiros de exportar frango para o bloco econômico. O embargo entrará em vigor 15 dias após a decisão ser oficialmente publicada. O Brasil é o maior exportador de frango do mundo e a União Europeia é seu principal comprador. O bloco é responsável por 7,5% do frango vendido pelo país ao exterior, em toneladas, e 11% em receita, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal ABPA. "Nós confirmamos que os representantes dos países votaram por unanimidade a favor de deslistar 20 estabelecimentos brasileiros de exportar carne e seus derivados (especialmente frango). A medida proposta pela comissão europeia é relativa a deficiências detectadas no sistema brasileiro oficial de controle sanitário", disse a UE, em comunicado da comissão sanitária do bloco. Desde a operação Carne Fraca, em março do ano passado, a União Europeia reforçou as medidas sanitárias contra o Brasil. Com a deflagração de umasegunda fase da operação em março deste ano, a UE passou a avaliar a necessidade de novas medidas contra o frango brasileiro. Na ocasião,a BRF foi acusada de fraudar laudos relacionados à presença de salmonela em alimentospara exportação em 4 unidades. A lista com as 20 unidades não foi divulgada pela UE "por razões comerciais". A ABPA, que representa os produtores nacionais de aves, informou aoG1que nove empresas foram afetadas: 12 frigoríficos da BRF e outras 8 unidades de outras empresas. Dona das marcas Sadia e Perdigão, a BRF é a maior produtora mundial de frango. As ações da empresa, que chegaram a disparar mais de 8% pela manhã na bolsa brasileiradiante de possíveis mudanças na gestãoda companhia,reduziram ganhos após a divulgação da decisão da UE. Segundo a União Europeia, esses frigoríficos terão que "construir um histórico de conformidade com as normas da UE" para poder ser liberados para voltar a exportar. Fontes da UE disseram à TV Globo que a reabilitação dos frigoríficos pode levar anos. Impacto no mercado interno Como impacto no mercado brasileiro, estão previstos o excesso de oferta de frango no Brasil e falta de produto na Europa; queda de preço do frango no Brasil e alta na Europa; frigoríficos vão tentar reduzir a produção já que não poderão exportar para a Europa. Muitos deles já deram férias coletivas aos funcionários e poderão demitir trabalhadores.