Universidade da Flórida nega pedido de evento de “supremacia branca” no campus

Por Gazeta News

[caption id="attachment_151559" align="alignleft" width="342"] A Flórida possui 63 “grupos de ódio” ativos. Foto: Reuters.[/caption]

A Universidade da Flórida negou um pedido de um grupo liderado por um estudante que se intitula “nacionalista branco”, Richard Spencer, para alugar espaço no campus para um evento em setembro.

O presidente da UF, W. Kent Fuchs, ressaltou em declaração que a decisão foi tomada depois de avaliar os riscos para o campus, para a comunidade e o cumprimento da lei após a violência do último fim de semana durante uma manifestação nacionalista em Charlottesville, Virgínia.

Membros do National Policy Institute, que Spencer lidera, entraram em contato com a universidade com a pretensão de alugar um espaço no campus em Gainesville para o dia 12 de setembro.

No comunicado, o presidente da UF destacou que a “retórica racista de Richard Spencer e o nacionalismo branco são repugnantes e contrariam tudo o que a universidade e esta nação representam", disse Fuchs, que ressaltou ainda que a UF é dedicada à liberdade de expressão e ao discurso público, mas a Primeira Emenda não quer dizer colocar em risco de violência iminente os estudantes.

Depois que Donald Trump foi eleito presidente, Spencer organizou uma conferência em Washington que terminou com os membros da audiência imitando saudações nazistas depois de gritos do líder: "Hail Trump, venha nosso povo, venha a vitória!"

O líder do grupo é uma das principais figuras do movimento nacionalista branco nos Estados Unidos e popularizou o termo "alt-right" para descrever um movimento que é uma mistura de crenças nacionalistas, supremacistas brancas, antissemitas e anti-imigração. Spencer defendeu um "etno-estado" que seria um "espaço seguro" para pessoas brancas.

Grupos de ódio na Flórida

A Flórida é o segundo estado com maior número de “grupos de ódio” ativos nos EUA, ficando atrás da Califórnia. De acordo com o Southern Poverty Law Center, há mais de 60 grupos de ódio ativos na Flórida. O relatório do SPLC , segundo o Miami Herald, apresenta um mapa que detalha mais de 900 grupos de ódio que operam ativamente em todo o país, e a Califórnia ocupa o primeiro lugar com 79 grupos.

Quatro dos 63 na Flórida estão no condado de Miami-Dade e dois estão em Fort Lauderdale. A Nação do Islã está entre os grupos em ambas as áreas.

O relatório aponta ainda que, em 2016, havia 130 grupos Ku Klux Klan e 193 grupos separatistas negros ativos em todo o país.

Com informações de 7News Miami.