Universidade dos EUA testa câmera baseada em lagosta para detectar câncer

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_131159" align="alignleft" width="300"] A lagosta-boxeadora detecta movimentos rápidos e a polaridade da luz, o que faz com que ela possa enxergar células cancerígenas. foto: klaus-m-stiefel-pacificklaus-photography[/caption]

Uma espécie de lagosta “boxeadora”, um estomatópode extremamente agressivo, tem os olhos formados por omatídeos, placas de visão como as das moscas. Cada uma dessas placas recebe a luz de um ponto diferente e o animal “enxerga” uma mistura dessas combinações.

Isso faz com que eles vejam tudo em baixa resolução, porém detectam movimentos rápidos e a polaridade da luz, o que faz com que elas possam enxergar o câncer.

Os olhos dos homens não são capazes de perceber a diferença entre luz polarizada e não polarizada. Já os olhos da lagosta têm sensores extras capazes de analisar o ângulo de cada onda de luz separadamente – e, assim, distinguem entre esses tipos de luz diferentes. No mar, por exemplo, superfícies como escamas, que refletem luz polarizada, se destacam fortemente da água do fundo.

Além de saber “ler” a polarização da luz, o animal também emite pulsos de luz polarizada, onde entra a detecção de câncer. Células tumorais malignas refletem a luz polarizada de um jeito muito bagunçado e fácil de diferenciar de outros tecidos saudáveis.

A diferença, imperceptível para os seres humanos, seria fácil de perceber para uma lagosta boxeadora que emitisse um pulso de luz polarizada no tecido suspeito.

O que os cientistas não sabiam é que, bem antes do tumor começar a ser perceptível e causar sintomas, as células cancerígenas já começam a reagir estranhamente à luz polarizada.

Assim, vários grupos de pesquisa ao redor do mundo estão tentando imitar os olhos compostos de artrópodes para detectar o câncer precocemente.

A ideia é também que cirurgias de remoção de tumores fiquem mais precisas. Se a luz polarizada revelaexatamente que parte do tecido foi afetada pelo câncer, os médicos conseguem garantir que nenhum pedaço afetado pela doença fique no organismo– e também evitaria a retirada desnecessária de tecido saudável.

O protótipo já está em fase de testes clínicos na Universidade Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, com a câmera sendo utilizada para a detecção de câncer de mama por meio de exames de imagem.

Fonte: Yahoo e Spie Digital Library.