Universo paralelo da felicidade

Por Fernando Rebouças

Sim, na vida podemos ter um motivo para sermos felizes ou quem sabe milhares de motivos infinitos para sermos mais felizes. Acredito que, mais do que um motivo, precisamos de uma ideia, de uma inspiração, de um impulso, de uma certeza, de uma capacidade e até mesmo de uma fé. Dessa forma, apesar dos ambientes externos, a felicidade é um dom, um supremo dom que vem lá de dentro, de nossas almas, desse Deus poderoso que também habita o nosso ser e, repetidamente, fala suave em nossos ouvidos que tudo vai dar certo ou "jogue a rede para o outro lado" nos incentivando a pescar melhor, mais e muito mais.

O universo é uma constante explosão de nascimentos e evoluções que não cabem na minha individual dúvida ou na nossa coletiva vontade. E se você acredita, você pode fazer, mesmo que você ainda sofra de tanto persistir ou esperar, se você acredita você pode realizar algo em sua vida desde que você tenha os seus infinitos motivos. Afinal, é por um motivo qualquer, importante ou mesmo inconsciente aos olhos humanos que uma abelha sai todos os dias em busca das flores, mesmo sem saber se elas já nasceram ou morreram...

Nada tem ação e resultado na vida sem inspiração e dedicação, isso falta ao mundo de hoje, sonhar na realidade, cair na real com felicidade, pensar em si e pensar no outro, ter um forte sentimento para criar, fazer arte, encontrar amigos para jogar conversa fora, beijar os lábios de sua namorada ao invés de somente discutir a relação, elaborar abaixo-assinado e projetos ao invés de somente discutir visão partidária bipolarizada.

Hoje, no mundo, para uma árvore não ser derrubada é importante que as suas raízes estejam fincadas no coração de cada espécie humana como se fizesse parte da minha e da sua família, precisamos compreender que cada rio poluído significa uma quantidade menor de água para saciar a nossa sede da mesma forma que cada discussão sem motivo significa um amigo a menos em nossas vidas. Hoje, estamos vivendo numa sociedade consumista, que acessa informações aceleradas, que pouco conversa e muito discute, que julga o silêncio e a palavra do outro ao invés de conhecê-lo ou ajudá-lo. Claro, ainda precisamos realizar o nosso trabalho, mas vivemos num mundo que destroi, macula, não compreende, não ouve, não se inspira, não reconhece, não bonifica, não felicita, um mundo que contribui sem distribuir, que paga sem incentivar e que alcança sem se realizar.

Se falar é fácil, entender pode ser difícil. O homem de hoje é cheio, repleto e vazio, rápido na vida e lento no universo. Vivemos no universo paralelo da felicidade.

Fernando Rebouças