USCIS encerra e passa pro ICE permanência de imigrantes com doenças graves nos EUA

Por Gazeta News

Os Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA (U.S. Citizenship and Immigration Services -USCIS) anunciaram que não mais considerarão os adiamentos de deportação para imigrantes com doenças graves que vivem nos EUA sob o programa "ação médica diferida". De acordo com cartas enviadas às famílias, a permanência delas nos EUA sob o programa - que permite que elas permaneçam no país por períodos de dois anos se puderem provar extrema necessidade médica - foi negada e a decisão passa a ser responsabilidade de outra agência: a U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE). Nova regra do DHS pretende limitar concessão de Green Card "Solicitações de ações médicas diferidas para não-militares agora são submetidas à ICE para consideração", escreveu a USCIS, em resposta a questionamentos de advogados dos imigrantes. Um porta-voz da ICE disse que "Como com qualquer pedido de ação diferida, a ICE revisa cada caso por seus próprios méritos". Muitas das pessoas afetadas pela mudança solicitam a permanência para receber tratamento médico para doenças graves como câncer, fibrose cística, HIV, paralisia cerebral, distrofia muscular e epilepsia. Segundo o Boston Globe, que informou primeiramente sobre imigrantes da área de Boston (MA) que receberam cartas negando a solicitação na semana passada, advogados em todo o país relataram clientes que também estão recebendo cartas semelhantes. Na Flórida, também há casos, conforme citou o Miami Herald. [caption id="attachment_188737" align="alignright" width="320"] Carta recebida pelos imigrantes que vivem sob o programa nos EUA.[/caption] Pelas cartas, as famílias devem deixar o país dentro de 33 dias da data do documento. Caso contrário, eles enfrentam a remoção e a exclusão dos EUA por vários anos. Aqueles que recebem proteção de "ação diferida" têm permissão legal para estar no país por algum tempo, mas devem solicitar a renovação no âmbito do programa. Anthony Marino, diretor de serviços jurídicos do Centro Internacional de Imigrantes da Irlanda, explicou que, até agora, as autoridades federais de imigração permitiram que os doentes elegíveis permanecessem no país sob este programa. Mas na semana passada, cinco de seus clientes - que ele diz que normalmente se qualificariam - receberam o que pareciam ser cartas de negação com o mesmo teor. A medida ainda não foi anunciada pelo governo ou representante. Há cerca de 1.000 candidatos anuais em todo o país, segundo o USCIS. Um dos casos citados pela Associated Press é da brasileira Sirlen Costa, que trouxe seu filho Samuel, 5, em busca de tratamento para a síndrome do intestino curto. Eles vivem em Boston (MA) e estão sob o programa. Médicos e defensores dos imigrantes dizem que as autoridades federais de imigração ordenam injustamente que crianças nascidas no exterior tenham ação diferida para tratamento médico para retornar aos seus países, de acordo com a AP.