Varig deixará de operar em seis linhas no exterior.

Por Gazeta Admininstrator

Uma pesquisa prévia feita pela consultoria Alvarez&Marsal, responsável pela reestruturação da companhia aérea Varig, prevê redução nas operações voltadas para os vôos internacionais. De acordo com o novo plano, a Varig será dividida em duas companhias. Uma será destinada a operar nas linhas domésticas e outra no exterior.

As duas seriam oferecidas a investidores. Nessa quarta-feira(3), as ações da Varig tiveram alta de 90,6% e movimentaram mais dinheiro do que os papéis do Bradesco. Esse aumento se deve à especulação de investidores sobre uma eventual ajuda do governo para colocar em prática o plano.

De acordo com projeto, o valor da parte doméstica é estimado em US$ 700 milhões. Do lado internacional, que ficaria com as dívidas, teria cortes de seis destinos considerados menos rentáveis na América Latina e Europa, dentre eles Paris.

Além disso, ocorreria uma modificação radical quanto ao foco: a Varig voltaria a buscar seu espaço no tráfego de executivos e tarifas altas. Por ter perdido aviões durante a crise, a companhia cedeu terreno no mercado internacional, no qual faturou cerca de US$ 1,5 bilhão.

Os outro vôos internacionais que deverão ser cancelados são: Assunção, Montevidéu, Santa Cruz de la Sierra, Copenhage, Paris e Lisboa. Em contra partida, cresceria a quantidade de vôos para Los Angeles e Munique. O total de vôos por semana seria reduzido de 77 para 70, com 16 aeronaves fazendo vôos para o exterior. Após essa primeira etapa, a empresa passaria a voar com 19 jatos e abriria linhas para Chicago, com 21 aviões. Voltaria a ter 77 vôos semanais.

O desmembramento da Varig tendo de uma lado vôos domésticos e do outro internacionais está sendo avaliado junto ao governo brasileiro e ainda depende de uma aprovação em assembléia de credores na próxima semana. O objetivo do estudo é retomar os horários noturnos diários, procurados por passageiros de negócios e de maior renda, que pagam tarifas mais caras pelo melhor horário nos vôos intercontinentais. O que vem acontecendo é o inverso: “limitações da oferta” levaram a Varig a usar apenas um avião em algumas rotas, o que obriga a fazer vôos diurnos.

“O resultado negativo da Varig em alguns mercados hoje explica-se pela deterioração do produto (vôos diurnos, baixa regularidade e pontualidade, má condição da frota). É razoável supor que a melhora das condições no produto traga de volta a demanda e a rentabilidade perdida. Isso inclui freqüências diárias em toda a malha internacional”, conclui o levantamento protocolado no processo de recuperação judicial da empresa.

O cenário traçado é o considerado “o mais adequado à posição competitiva que a Varig pretende assumir”. O diretor-geral da Alvarez&Marsal, Marcelo Gomes, confirmou que o plano prevê deixar algumas cidades, permanecer em outras e aumentar a oferta com o tempo.

Por outro lado, um fator de risco será recompor a frota, o que seria possível com renegociações de contratos e novos aluguéis. “Não tem discussão a empresa sair de cinco destes seis destinos, são cortes que devem ser feitos. A demanda está diluída e a receita é baixa.A dúvida é Paris. Mas nessa rota a empresa tem forte concorrência da TAM e da Air France. O estudo mantém os mercados preferenciais”, analisou o consultor Paulo Bittencourt Sampaio.

Passagens mais baratas

Também nessa quarta-feira(3), a Varig começou a fazer uma promoção de aniversário de 79 anos da empresa, na rota Rio-São Paulo. A partir de hoje, quem comprar bilhetes aéreos da companhia , ao preço de R$ 798, pode adquirir o bilhete de ida e volta do acompanhante por R$ 79, com crédito de milhas.