Vaticano divulga testamento de João Paulo II

Por Gazeta Admininstrator

O Vaticano divulgou hoje o testamento deixado pelo papa João Paulo II, no qual ele pede que todas as suas notas pessoais sejam incineradas. Apenas duas pessoas são citadas pelo papa: seu secretário privado e o principal rabino de Roma, que o recebeu em sinagoga em 1986.

O papa escreve também que não deixa bens materiais, que pensou na possibilidade de renunciar em 2000 e também em um possível funeral na Polônia, mas que deixava o assunto nas mãos do Colégio de Cardeais.

Segundo o texto de 15 páginas deixado por João Paulo II, a possibilidade da renúncia foi aventada em 2000, quando ele já estava doente e "a Igreja entrava em um novo milênio". "Senhor, me ajude a perceber por quanto tempo devo continuar com este serviço para o qual me chamou no dia 16 de outubro de 1978", rogou o papa naquele ano, pedindo a força necessária para continuar sua missão.

Também em 2000 o papa escreveu que se sentia atormentado e mencionou o atentado sofrido por ele em 1981. "Ter sobrevivido àquele ataque foi um milagre", escreve.

No testamento, João Paulo II fala dos problemas mundiais e relembra o fim da Guerra Fria: "Graças à providência divina, a Guerra Fria terminou sem um violento conflito nuclear".

Em parte do texto, datada de 1990, o papa pede perdão a todos e que depois da sua morte, sejam feitas missas e orações. Ele pede também que seja sepultado na terra e não em um sarcófago.

Ao seu secretário particular, Stanislaw Dziwisz, João Paulo agradece por todos os anos de serviço.