Venda de imóveis em Broward e Miami-Dade ignora crise e segue em alta, segundo relatório

Por Gazeta News

Fonte Harriet Martin
O mercado imobiliário da região do Sul da Flórida já está reaquecido. Ao menos de acordo com o relatório de uma das maiores corretoras da região, a Douglas Elliman, as vendas em Broward e Miami-dade cresceram até 49%. Ao mesmo tempo, o número de imóveis disponíveis para venda em algumas áreas foi menor se comparado com o mês de julho de 2019. No entanto, o estudo foi relativamente pouco abrangente e envolveu imóveis com preço até U$1 milhão.  De todo modo, de acordo com o relatório, em Miami-Dade, houve um aumento de 49% de contratos fechados para a venda de casas se comparado a julho de 2019. A grande maioria foi para imóveis precificados na faixa dos U$300-399 mil, quase nenhuma variação para os imóveis precificados a menos de $200 mil. Ironicamente, a região de Miami-Dade foi a que mais sofreu perdas em número de casas listadas a venda na faixa de preço entre U$300-399 mil. Em julho de 2019 foram 947 imóveis e, em julho de 2020 foram 859 imóveis listados a venda. Mas, quando o assunto são apartamentos, a situação inverte. Foram 45% a mais de imóveis colocados à venda e a compra não cresceu tanto quanto a oferta. Broward [caption id="attachment_203437" align="alignright" width="263"] Fonte Harriet Martin[/caption] Em Broward, para o mercado de casas foram 524 transações em julho de 2019 contra 1.052 em julho de 2020, segundo o relatório. A faixa de preço com o maior aumento foi de U$300 – U$399 mil, o de apartamentos saiu de 455 comercializados em julho de 2019 para 895 julho de 2020. Uma variação de 49%. Em Broward a quantidade de imóveis disponíveis para venda aumentou pouco. Saiu de 1572 em julho de 2019 para 1692 em julho de 2020, grande maioria desses imóveis foi precificada a menos de US200 mil. Análise dos dados  Para entender melhor os dados divulgados no relatório, o Gazeta News consultou João Freitas, corretor imobiliário em Miami, que pontuou três pontos importantes para explicar essa tendência de aumento nas vendas mesmo com a crise gerada pela pandemia.  O primeiro ponto é tributário. A Flórida tem uma das alíquotas tributárias mais baixas para imóveis em que o proprietário mora nele, o chamado Homestead. “Além do trabalho remoto mais popularizado, comparativamente com outros Estados, a Flórida é um dos que tem mais aposentados. Certamente esse alívio tributário dos imóveis ajuda muito”, afirma Freitas. O segundo ponto importante foi a aceleração da tendência de trabalho remoto. Essa mudança de tendência provavelmente não tem mais volta em muitos setores da economia. “Muitos clientes queriam um lugar pequeno porque passavam o dia no trabalho, hoje a tendência inverteu e todos passam mais tempo trabalhando em casa e isso não deve mais mudar para vários setores, então a necessidade de mais espaço é real”, afirma o corretor. E como terceiro ponto, Freitas analisa um alívio maior no bolso dos consumidores pela ajuda do governo federal com uma taxa de juros imobiliário muito baixa. “Está ficando comum ver cliente conseguir empréstimos com taxas de juros menores que 3% ao ano, isso é considerado muito baixo para os padrões do setor”, explica Freitas. O corretor detalha que, logo no início da pandemia, o governo federal agiu rápido e baixou muito os juros. “O dólar está muito caro e assusta os latinos, que são clientes importantes aqui na Flórida. Mas, junto com os estímulos para as empresas, o governo reduziu os juros do FHA [Federal Housing Administration] e arrisco a dizer que esse tenha sido o pilar de sustentação do setor imobiliário até aqui durante a pandemia”, finaliza Freitas.