Venezuela contabiliza 20 mortos em três semanas de manifestações

Por Gazeta News

Venezuela.Image via Reuters, by Jorge Silva.
[caption id="attachment_142516" align="alignleft" width="300"] O país está mergulhado em crise política e econômica. Foto: Reuters.[/caption]

Em três semanas de manifestações contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, subiu para 20 o número de óbitos em fortes distúrbios em Caracas. Nesta madrugada, pelo menos 11 pessoas morreram.

A cidade viveu uma noite de violência, principalmente em bairros populares como El Valle, 23 de Janeiro e Petare (considerada a maior favela da América Latina). Em um comunicado, o Ministério Público confirmou a morte de 11 pessoas e seis feridos "durante os atos de violência em El Valle", a sudoeste da capital venezuelana.

Os confrontos obrigaram até mesmo a evacuar um hospital infantil em El Valle, onde estavam internadas 54 crianças. De acordo com o governo, o hospital foi atacado por grupos armados financiadas pela oposição, acusação desmentida pelas lideranças opositoras.

Segundo confirmaram ONGs como o Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea), manifestações civis foram reprimidas pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e, em muitos casos, também atuaram os coletivos chavistas (grupos armados que defendem o governo).

Dirigentes opositores como Henrique Capriles, governador do estado Miranda, denunciaram a repressão, condenada também pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Durante toda a madrugada, circularam diversos rumores no país, até mesmo de levante militar. A oposição reiterou sua decisão de permanecer nas ruas até que o governo atenda duas demandas de convocação de eleições, liberação de presos políticos e respeito ao Parlamento, entre outras.

Há diversos protestos comunitários pelo país nesta sexta-feira, 21, e uma marcha "silenciosa" está marcada em Caracas no sábado, 22, em homenagem aos mortos nas manifestações. Um bloqueio nacional nas principais rodovias da Venezuela está marcado para a segunda-feira, 24.

Em nota, o Itamaraty afirmou que os governos de Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai condenam energicamente a violência desencadeada na Venezuela e lamentam a perda de mais vidas.

Entenda a crise política A onda de protestos na Venezula começou em 1º de abril, após as sentenças do máximo tribunal eleitoral, que retiraram a imunidade do Parlamento, único poder público controlado pela oposição.

Maduro, a quem a oposição acusa de afundar o país em uma das piores crises econômica e política de sua história, assegura que os protestos buscam derrubá-lo com o apoio dos Estados Unidos e realizar uma intervenção militar na Venezuela.

Seu aliado, o presidente boliviano Evo Morales, acusou Washington de planejar a derrubada de Maduro, cujo mandato termina em 2019.

Com informações de Agências internacionais e Agência Brasil.