Vergonha! - Show de Bola

Por César Augusto

Foi pior do que os 7 da Alemanha. O Brasil perdeu para o Paraguai e caiu fora da Copa América. Li que desde a década de 40 o Brasil não ficava fora da semifinal da competição. Nem fui conferir a informação, mas não me lembro de uma vergonha tão grande numa competição fácil como essa. Aí vem alguns, pouquíssimos, defensores da Seleção Brasileira dizer que o futebol evolui e não tem mais bobo. Aí entra a minha teoria. O problema do Brasil não é a falta de evolução. O Brasil desaprendeu. Vamos falar dos atuais “gênios” do futebol, Mourinho e Guardiola. Os dois técnicos “revolucionaram” o esporte. Fizeram times maravilhosos, que encantam os torcedores em todo o mundo. Acreditem, Telê Santana fez isso no São Paulo. E já faz muito tempo, na década de 90. Guardiola “copiou” Telê no Barcelona tempos depois. Telê era um ídolo para “Pepe”. O que aconteceu?

Minha opinião, sem passar pela política e CBF, é de que temos dois culpados. O primeiro deles, o técnico - e a sua comissão. Não só o Dunga, todos os técnicos brasileiros. Eles pararam no tempo. Não promovem mais mudanças, não fazem mais nada diferente. Tem um discurso motivacional e pouco funcional. Os treinos são os mesmos há décadas. Não mudaram. Os jogadores não estão sendo preparados como no resto do mundo. Não são cobrados. Correm pouco. Um preparador físico me explicou porque Robinho, Seedorf e outros fazem sucesso no Brasil depois de não acertar a mão na Europa. Não me lembro exatamente os números, mas o que ocorre é o seguinte: na Europa, os jogadores correm 12 quilômetros durante o jogo. Esses jogadores, pela idade ou outro motivo qualquer, correm 8. No Brasil, atualmente, correm 5. Ou seja, correm muito menos do que na Europa, mas muito mais do que no Brasil. Como eu disse, não me lembro se os números são exatamente esses, mas a proporção é.

O outro culpado pelo fracasso do atual futebol brasileiro, o jogador. Falta comprometimento e sobra “marra”. É uma geração de jogadores de videogame. Desde cedo são tratados como celebridades e, antes disso, já se acham todos do nível do “Pelé”.

Acham que jogam muito, acreditam que jogam muito, mas não jogam muito. Podemos pegar o maior jogador brasileiro da atualidade, o Neymar. Na minha seleção de todos os tempos ele não fica nem no banco. Mas acham que, e ele também acha, jogaria com a 10 no lugar do Pelé. Resumindo, é um futebol pífio, a pior seleção e a pior safra de todos os tempos. Vai demorar para sairmos do fundo do poço. Uma palavra de esperança? Comprometimento. Se rolar isso, até acredito. Se não, podemos parar de torcer.