Vexame mundial: dois ex-governadores do RJ são presos por corrupção

Por Daniel Galvão

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A degradação da imagem do Brasil no exterior teve mais um capítulo na semana passada, quando dois ex-governadores do Rio de Janeiro, estado que é um dos maiores símbolos do país, foram presos sob a mesma acusação: corrupção. Anthony Garotinho (PR) e Sérgio Cabral (PMDB) protagonizam o mais novo escândalo da política brasileira.

As cenas da remoção de Garotinho esperneando na maca contra policiais para ser conduzido ao Bangu 8 correram o mundo. Além dele, sua mulher - a prefeita de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, Rosinha (PR), e sua filha, a deputada federal Clarissa Garotinho, expulsa esta semana do partido, também viraram fenômeno nas redes sociais.

Mas, o ex-governador - preso por suspeita de compra de votos nas últimas eleições municipais utilizando um programa social da prefeitura - conseguiu reverter a decisão da Justiça, no TSE, e vai cumprir prisão domiciliar, em seu apartamento no Flamengo, zona sul do Rio. Garotinho, claro, nega todas as acusações.

Já Sérgio Cabral, que um dia foi aliado de Garotinho, mas nos últimos anos era seu maior inimigo, teve sua prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro. Isso porque o peemedebista é acusado de receber (pasmem) cerca de R$ 220 milhões em propinas de empreiteiras que prestavam serviço ao Governo do Estado durante seus oito anos de mandato.

Cabral também nega. Contudo, sua foto de cabelos raspados e com roupa de presidiário ganharam o mundo. No primeiro depoimento dado aos investigadores, o ex-governador negou as acusações e citou o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), como um dos responsáveis pelas obras públicas investigadas. Parece que Cabral não está disposto a afundar sozinho. Sobre a licitação de reforma no Maracanã, ele respondeu que a obra começou na gestão de Pezão, que, na época, era secretário de Obras. E negou ter beneficiado a empresa Delta, uma das responsáveis pela reforma do estádio, em troca de propina, como diz a denúncia contra ele.

Ainda de acordo com Cabral, o atual governador tinha contato direto com o empresário Fernando Cavendish e outros empreiteiros que tratavam com a secretaria. Cavendish era o dono da construtora Delta. Pelo visto, muita água ainda vai rolar embaixo dessa ponte.