Agentes federais que trabalham nos aeroportos norte-americanos estão pedindo que viajantes abram seus laptops e forneçam suas senhas para que as informações nos discos rígidos possam ser inspecionadas, segundo revela reportagem do “Washington Post” de sexta-feira (8).
Segundo afirma o jornal, a apreensão de equipamentos eletrônicos pelos agentes alfandegários ge-rou protestos entre os viajantes, que agora precisam pensar duas vezes antes de correr o risco de carregar informações pessoais em seus laptops, câmeras ou telefones celulares.
Em condição de anonimato, um enge-nheiro norte-americano contou ao “Wa-shington Post” que, há alguns meses, ao retornar de Londres, um agente federal dos EUA pediu que ele colocasse a senha de seu laptop. Mesmo alegando que o computador não era seu e sim de sua empresa, o engenheiro colocou a senha e, segundo afirma, os agentes copiaram todos os endereços de sites que estavam registrados no computador.
Em outro caso, Maria Udy, executiva de uma empresa de viagens nos EUA, afirma que o laptop de sua empresa foi confiscado por agentes federais quando ela pretendia voar de Dulles, no Estado da Virginia, para Londres. De acordo com Udy, uma cidadã britânica, o caso ocorreu em dezembro de 2006. “Eu tinha a opção de continuar a viagem sem o laptop ou aguardar que ele fosse liberado e perder o vôo”, afirma.
Ela preferiu seguir viagem e estava certa que teria seu laptop de volta em 10 ou 15 dias. Mas um ano após o ocorrido e ela não teve mais o laptop e sequer uma explicação.
Segundo explica a porta-voz dos agentes alfandegários dos EUA, Lynn Hollinger, as medidas não têm nenhum caráter racial. Ela afirma que os equipamentos são revistados para que os agentes possam verificar a possibilidade de identificar conteúdo ligado ao terrorismo, ao narcotráfico e pornografia infantil.

