Vírus do ebola persiste em olho de paciente americano curado

Por Gazeta News

The eyes of Dr. Ian Crozier, a volunteer who contracted Ebola in Sierra Leone.

Após dois meses de sua cura, o médico americano Ian Crozier, 44 anos, que contraiu ebola em Serra Serroa em setembro do ano passado e foi curado nos Estados Unidos em outubro de 2014, voltou ao hospital com problemas de visão, uma forte dor e pressão alta no olho esquerdo.

O resultado dos exames para averiguar o que acontecia com o americano surpreenderam os médicos: o olho estava tomado pelo vírus do ebola. Testes mostraram que suas lágrimas e a superfície do olho, entretanto, estavam livres do organismo. O que significa que não há risco de que Crozier contamine outras pessoas. Porém, não se sabe ao certo se os médicos que operam os olhos de pacientes que tiveram ebola correm risco de contaminação.

Quando já tratava de seu problema na vista – que não retrocedia – Crozier tomou um susto ao acordar um dia e se olhar no espelho e ver que a cor do olho esquerdo mudara de azul para verde. Como os tratamentos convencionais não surtiram efeito, os médicos apelaram para uma droga experimental – cujo nome não foi divulgado. Não há certeza de que foi esse medicamento que salvou a visão de Crozier, mas é no que acredita a equipe médica, que inclui o próprio paciente.

A descoberta de que o vírus ebola pode persistir no olho de pacientes curados foi publicada em artigo no dia 7, no “The New England Journal of Medicine”. Crozier é um dos autores.

Médicos que trabalharam contra a epidemia no oeste da África agora buscam dar auxílio àqueles que sobreviveram à doença. Segundo John Fankhauser, médico que dirige um grupo de apoio na Libéria, afirma que dor crônica, dor de cabeça e problemas na vista são os problemas mais comuns detectados nos pacientes que se curaram do ebola. De acordo com ele, há pessoas que apresentam esses sintomas mesmo nove meses após a alta.

As informações são do “The New York Times”.