Visita de Dilma: Inclusão de brasileiros no Global Entry e acordo previdenciário

Por Gazeta News

Real estate mogul Donald Trump announces his bid for the presidency in the 2016 presidential race during an event at the Trump Tower on the Fifth Avenue in New York City on June 16, 2015. Trump, one of America's most flamboyant and outspoken billionaires, threw his hat into the race Tuesday for the White House, promising to make America great again. The 69-year-old long-shot candidate ridiculed the country's current crop of politicians and vowed to take on the growing might of China in a speech launching his run for the presidency in 2016. "I am officially running for president of the United States and we are going to make our country great again," he said from a podium bedecked in US flags at Trump Tower on New York's Fifth Avenue. The tycoon strode onto the stage after sailing down an escalator to the strains of "Rockin' In The Free World" by Canadian singer Neil Young after being introduced by daughter Ivanka. His announcement follows years of speculation that the man known to millions as the bouffant-haired host of American reality TV game show "The Apprentice" would one day enter politics. Trump identifies himself as a Republican, and has supported Republican candidates in the past. But in his announcement speech he did not explicitly say if he was running for the party's nomination or as an independent.AFP PHOTO/ KENA BETANCUR (Photo credit should read KENA BETANCUR/AFP/Getty Images)

A visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, finalizada no dia 1º, foi saudada pelos dois países com a retomada nas relações bilaterais e superação da crise diplomática causada pelo escândalo da espionagem dos Estados Unidos ao Brasil, em 2013.

“Nosso foco está no futuro”, disse o presidente Barack Obama, em entrevista ao lado de Dilma, após reunião na Casa Branca. “Acredito que esta visita marca mais um passo em um novo e mais ambicioso capítulo na relação entre nossos países”.

A viagem ocorre em um momento delicado no Brasil, em meio a uma crise econômica e política, na qual a aprovação do governo de Dilma caiu para 9%, de acordo com o Ibope. A viagem teve como um dos motivos a ampliação do fluxo de comércio e investimentos entre os dois países e Dilma declarou que pretende dobrar a corrente comercial com os EUA nos próximos 10 anos. Veja os destaques da visita de Dilma aos Estados Unidos: Vistos e o Global Entry Dilma e Obama concordaram em tomar uma série de medidas para facilitar o trânsito de pessoas e produtos entre Brasil e Estados Unidos. Os líderes anunciaram que o Brasil participará do Global Entry, que agiliza a entrada de viajantes frequentes nos EUA, ainda a partir do primeiro semestre de 2016. O programa, no entanto, não dispensa o visto para entrar no país.

O Global Entry é destinado a viajantes frequentes, como executivos, e permite uma passagem mais rápida por autoridades alfandegárias, através de guichês eletrônicos. Para a liberação, é necessário concluir detalhes. Os dois presidentes, no entanto, não evoluíram nas negociações para liberar turistas brasileiros da necessidade de visto, mas ambos  concordaram em tomar medidas para que cidadãos norte-americanos e brasileiros possam viajar entre os dois países.

O Brasil está prestes a cumprir a meta de ter apenas 3% das solicitações de vistos recusadas pelos EUA. Os dois países precisam também, entretanto, trabalhar em detalhes como o compartilhamento de informações sobre os viajantes. Acordo Previdenciário Os dois presidentes anunciaram a assinatura do acordo previdenciário que vai beneficiar muito a comunidade brasileira que vive nos Estados Unidos. O acordo estende os direitos de seguridade social previsto nas legislações dos dois países aos respectivos trabalhadores e dependentes legais, residentes ou em trânsito nos dois países.

Segundo o Ministério da Previdência Social, a assinatura do acordo bilateral garantirá proteção aos cerca de 1,4 milhão de brasileiros que migraram para os EUA. Os brasileiros - tendo cumprido os requisitos – poderão solicitar os benefícios previdenciários, previstos no acordo bilateral, nos Estados Unidos, do mesmo modo que os norte-americanos que vivem no Brasil.

O acordo bilateral permitirá a soma dos períodos de contribuição realizados nos dois países para a implantação e manutenção do direito aos benefícios previdenciários, além de evitar a bitributação em caso de deslocamento temporário. Com a totalização, será possível ao segurado utilizar os períodos de contribuição em um dos países para atingir o tempo necessário para obter o benefício em qualquer dos dois países. O texto do Acordo Previdenciário será agora submetido ao Congresso Nacional do Brasil. A expectativa é de que empresas dos dois países economizem mais $900 milhões de dólares nos primeiros seis anos em que o acordo estiver em vigor. Comércio Ambos os governos anunciaram a intenção de assinar um memorando para harmonizar normas técnicas, o que deve facilitar a entrada de produtos brasileiros no mercado americano. No setor pecuário, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos publicou a chamada “decisão final”, um comunicado que reconhece o status sanitário do rebanho bovino brasileiro. Isso potencialmente abre as portas do mercado do país à carne in natura do Brasil, encerrando uma negociação de mais de 15 anos. Defesa Dois acordos foram destaque nesta área, um de Cooperação em Defesa e outro de Segurança de Informações Militares, com foco no fluxo de informações, bens, serviços e tecnologias entre ambos os países. Meio ambiente A mudança climática foi tratada como um dos principais temas da visita da presidente aos EUA. Brasil e Estados Unidos se comprometeram a ampliar a participação de fontes renováveis em suas matrizes elétricas.  O objetivo é que este índice, sem contar a geração hidráulica, chegue a mais de 20% até 2030.

Na declaração conjunta, o Brasil também se comprometeu a atingir, até 2030, participação de 28% a 33% de fontes renováveis em sua matriz energética, incluindo biocombustíveis e sem contar a geração hidráulica, além da eliminação do desmatamento ilegal, com a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares. Reunião com empresários em Nova York No dia 29, a presidente Dilma se reuniu com investidores em Nova York e, ao lado de seus principais ministros, dedicou boa parte do seu dia a tentar convencer empresários americanos a investir no Brasil e afastar temores sobre a turbulência política no país gerada pela Operação Lava Jato. A reunião contou com a presença de representantes de bancos de investimentos e de várias empresas americanas nos ramos industrial, varejista e do agronegócio com atividades no Brasil, entre as quais Coca Cola, Dupont, Walmart, Caterpillar, GM e GE.

Dilma buscou mostrar a investidores que o Brasil tem avançado no combate à corrupção e que o governo está aberto a sugestões do setor privado. O brasileiro Carlos Brito, CEO da gigante de bebidas AB Inbev, elogiou a iniciativa de Dilma de se aproximar dos empresários na visita. Segundo ele, a presidente afirmou que “estará aberta a sugestões” do grupo.

Reservadamente, porém, dois executivos disseram temer que novas revelações da Lava Jato dificultem ainda mais a capacidade de Dilma para governar e levar adiante as reformas prometidas. Um empresário se disse receoso de que, conforme as denúncias se aproximam do alto escalão do governo, Dilma se fragilize e o ajuste fiscal fique comprometido, o que “tiraria o Brasil dos trilhos”.

Ele afirmou que algumas decisões de investimento poderão ser adiadas até que o ajuste fiscal se consolide e se conheça toda a extensão das denúncias da Lava Jato. No dia anterior, a presidente ouviu, também em Nova York, executivos de multinacionais brasileiras. Delegação desfalcada A Lava Jato desfalcou a delegação empresarial nacional. Normalmente presentes em missões como essa, as principais empreiteiras brasileiras, que tiveram executivos presos na operação - entre as quais Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e OAS, não enviaram representantes para a visita de Dilma aos Estados Unidos. Com informações de várias agências de notícias.