Vitória da organização e da modernidade

Por Gazeta Admininstrator

O São Paulo acaba de se sagrar, pela sexta vez, campeão brasileiro. Ninguém de sã cons-ciência, nem o mais apaixonado torcedor do Palmeiras, o corintiano mais “roxo”, o flamenguista mais “doente” ou o cruzeirense mais radical, questionaria os méritos do triocolor paulista, equipe que tem dominado o futebol brasileiro nos últimos anos.
E o que realmente está por trás do contínuo sucesso são-paulino? Uma só palavra que resume muitas outras: Estrutura.

Já se tornou lugar-comum no futebol brasileiro, falar da estrutura do São Paulo, da organização do time do Morumbi que, no domingo(7), tornou-se o maior ganhador de títulos brasileiros de toda a História.

A conquista do São Paulo teve o sabor especial de vir com uma impressionante recuperação. A equipe chegou a estar mal na competição, fora até mesmo do raio de ação da Libertadores da América. Mas nos 10 jogos finais, arrancou de forma avassaladora, não perdendo um único jogo e se consagrando, para desespero dos outros quatro times que “perseguiram” o título: Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo. O Sport, apesar de ter ficado em 11º, já tinha garantido sua presença na Libertadores com a conquista da Copa do Brasil 2008.

O Brasileirão de 2008 teve, em suas três divisões, uma temporada espetacular. A Série A terminou consagrando o São Paulo, carimbando os passaportes do próprio tricolor, mais Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras para a Libertadores 2009, e mais Flamengo, Internacional, Botafogo, Coritiba, Goiás, Vitória, Sport, e Atlético Mineiro garantidos na Copa Sul-Americana. Em seguida vieram os “cambaleantes” que até a última rodada lutaram para escapar do rebaixamento por um lado e sonhando com a Sul-Americana do outro: Atlético Paranaense, Fluminense, Santos e Náutico. E, finalmente, vieram os que saem entristecidos pelo rebaixamento: Figueirense, Vasco, Portuguesa e Ipatinga. A comoção em São Januário, estádio vascaíno, foi tão desesperadora que aconteceu até tentativa de suicício de um jovem torcedor, felizmente, salvo a tempo pelo Corpo de Bombeiros do Rio.

Na Série B, um revigorado e quase imbatível Corínthians não só garantiu seu retorno à Série A em 2009 como conquistou o título. Seus companheiros de acesso são o Avaí, de Florianópolis (para desespero dos rivais do Figueirense, que caíram para a Segundona), e os pequenos paulistas Santo André e Grêmio Barueri, que já sobem vislumbrando a luta que os espera para tentarem permanecer na Série A. A humilhação do rebaixamento da Série B para a Série C foi para o Marília, Criciúma, Gama e CRB.

E não menos emocionante foi a disupta na Série C. Dos 94 clubes que iniciaram a competição, quatro garantiram passaporte para a Série intermediária de nosso futebol: Atlético Goianiense, o Guarani (que tem título de campeão brasileiro), Campinense (trazendo de volta uma equipe da Paraíba para a Série B depois de muitos anos) e o surpreendente Duque de Caxias do Rio de Janeiro.

É muito positivo ver um Campeonato Brasileiro cada vez mais maduro em todas as suas divisões e conquistando a credibilidade que, anos atrás, parecia totalmente perdida com dirigentes truculentos e caudilhescos como Eurico Miranda (Vasco), Paulo Maracajá (Bahia) ou o famoso “Caixa D’água” da Federação Carioca de Futebol.
E o São Paulo, com seu brilho e suas conquistas, é o melhor exemplo do novo e pujante futebol brasileiro. Viva o tricolor e viva todo o nosso futebol que levou meio milhão de espectadores aos estádios em suas rodadas finais nas três divisões.

É um bom sinal de que sim, estamos preparados para fazer uma sensacional Copa em 2014.