A presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, recebeu na noite de quarta-feira (12, durante o Fórum Poder de Filantropia, realizado em Miami, o Prêmio de Filantropia, concedido pela revista "Poder" e pelo Boston Consulting Group (BCG).
Durante o Fórum, os artistas Ricky Martin, Diego Luna e o grupo Maná pediram que os latino-americanos tenham um maior compromisso social para acabar com a miséria e a lutar em favor do meio ambiente.
Cada um deles falou de suas experiências e sobre como tinham se envolvido em várias causas filantrópicas, com o objetivo de aproveitar suas popularidades para despertar na sociedade a necessidade de ter mais responsabilidade social.
Juntamente com empresários, médicos, representantes de meios de comunicação e de universidades, os artistas participaram de um fórum organizado pela emissora "Televisa", pelo banco Banamex, entre outros, sobre a filantropia no mundo.
O cantor porto-riquenho reconheceu que seu trabalho filantrópico começou como uma brincadeira dando bolsas de estudos e ajudando um hospital no centro da ilha caribenha.
O que realmente mudou sua vida, destacou, foi uma viagem feita com um amigo a Calcutá (Índia) para tirar meninas de quatro anos das ruas e evitar assim que entrassem nas redes de prostituição.
"Senti-me alarmado pela magnitude da exploração sexual das crianças e desde então minha causa é tentar acabar com a escravidão em todas as partes do mundo" através da Fundação Ricky Martin, disse.
Martin atribuiu o fato de a palavra filantropia ser menos conhecida na América Latina do que nos Estados Unidos a um problema cultural e à falta de tradição.
"Mas devemos ser pró-ativos, e cada um tentar, a sua maneira, fornecer algo à sociedade", declarou Martin, que destacou que às vezes se sente frustrado pela grandeza da tarefa que sua fundação enfrenta.
O ator mexicano Diego Luna disse que não se trata apenas de enviar dinheiro a uma fundação, mas também de se informar e se educar "porque a ignorância é um dos grandes males do mundo".
Luna afirmou que "o cinema pode mudar muitas coisas" e por isso trabalha no México com uma fundação destinada a produzir documentários que tratem especificamente dos problemas do povo.
Alex González, membro do grupo mexicano Maná, declarou que um dos grandes problemas da América Latina é a corrupção e que por isso é importante que os jovens se informem e tenham compromisso social para tentar mudar a sociedade.
O Maná, através da fundação Selva Negra, se foca em programas ambientais para conscientizar os jovens e agir de maneira prática na salvação, por exemplo, das tartarugas ameaçadas pelas mudanças no ecossistema.
González disse que, além da Selva Negra, o grupo Maná está comprometido em utilizar a comunicação que sua popularidade permite para transmitir mensagens sobre temas como a defesa dos imigrantes nos EUA.
No mesmo painel, a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ann Veneman, elogiou o compromisso dos artistas pelo enorme efeito positivo com que suas mensagens repercutem e atraem a atenção das pessoas.
Além de ter celebridades como embaixadores do Unicef, Veneman alertou sobre a importância da sociedade de ser consciente a respeito da magnitude de determinados problemas, como o número de crianças-soldado que combatem em conflitos na África.
Como moderador do painel, o presidente da "Televisa", Emilio Azcárraga, insistiu que não só é preciso pedir aos ricos para doarem mais dinheiro, mas que toda a sociedade latino-americana seja consciente da necessidade de oferecer um maior compromisso social.
Justin Rockefeller, quinta geração do multimilionário conhecido por suas obras filantrópicas, explicou os programas de ajuda social das várias fundações de sua família e insistiu na necessidade de investir nos jovens.
"É preciso começar com os mais jovens e inspirá-los a ter vocação de compromisso com a sociedade", disse Rockefeller, diretor da ONG Generation Engage.
O diretor da fundação Google.org, Larry Brilliant, disse que entre as iniciativas de sua organização está o financiamento de projetos que desenvolvam energias alternativas mais baratas que substituam o carvão, uma das causas dos altos níveis de poluição do planeta.
No fórum sobre filantropia, também participam representantes dos setores educacional e médico para trocarem idéias e projetos para buscar alianças, compartilhar experiências e rentabilizar recursos econômicos recebidos com os donativos.

