Você já se sentiu discriminada no trabalho?

Por Gazeta Admininstrator

O preconceito no mercado de trabalho em relação às mulheres é antigo. Mas, hoje em dia, é passível de punição. A corte americana decidiu que mais de um milhão de mulheres já podem entrar com processos contra a rede de supermercados Wal-Mart, cobrando indenizações por discriminação no pagamento de salários.

Na última terça-feira (7), conforme o Gazeta informa nesta edição, a corte americana decidiu que mais de um milhão de mulheres já podem entrar com processos contra a rede de supermercados Wal-Mart, cobrando indenizações por discriminação no pagamento de salários menores que os dos homens.

Segundo a acusação cerca de dois milhões de mulheres, que traba-lharam nas lojas da empresa no País, desde 1998, podem se juntar numa ação coletiva, formando o que pode ser considerado o maior processo contra discriminação sexual da história dos EUA.

Brasil
No Brasil, embora a discriminação também seja crime, um levantamento realizado em 2005 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrava que as mulheres ganharam em média 30% a menos do que os homens, independentemente do nível de instrução. Na indústria, o salário das mulheres representa, de acordo com a pesquisa, em média 52,18% do salário dos homens.

América Latina
No mundo em desenvolvimento, as mulheres trabalham por mais horas que os homens, mas ganham menos. Elas também têm maior probabilidade de obter empregos precários, com pouco ou nenhum benefício social. Estas são algumas das constatações de relatório da Unicef divulgado no final de 2006.

Outra característica do mercado de trabalho feminino é a informalidade. No Brasil, 67% das mulheres trabalham no setor informal – índice superior ao de países como áfrica do Sul (58%), México (55%) e Tunísia (39%). A maior informalidade entre os países pesquisados é registrada na Índia, onde 86% das mulheres estão no setor informal.

Quanto à carga horária, nos países em desenvolvimento as mulheres trabalham, em média uma hora e nove minutos a mais que os homens todo dia. O envolvimento das mulheres na política também ainda é menor que o dos homens. No Brasil, a re-presentatividade de mulheres no legislativo, por exemplo, é de apenas 9%.

No mundo, a maior participação feminina ocorre nos parlamentos dos países nórdicos: 40%. Nas Américas, o índice de representatividade cresceu de 13%, em 1997, para 21% em 2006. A menor atuação política das mulheres é registrada nos estados árabes – apenas 8%. Em 1997, só 3% das mulheres árabes participavam dos parlamentos nacionais.

EUA
A cientista Mayana Zatz é das poucas mulheres a chegar ao topo da carreira acadêmica no Brasil: professora livre-docente da USP, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, fundadora da Associação Brasileira de Distrofia Muscular, ligada à sua área de trabalho - a genética - ela assumiu há alguns anos a pró-reitoria de pesquisa da universidade.

Acostumada a lidar em um mundo dominado por homens, Zatz afirma que no Brasil nunca sentiu-se discriminada no meio científico por ser mulher, mas que nos EUA sim.

Leia o depoimento da cientista concedido recentemente à revista “Cláudia”do Brasil. “Lá (nos EUA) existe uma discriminação real contra as mulheres. Aqui no Brasil, se há um concurso para um cargo na universidade, o salário é o mesmo, quer o concorrente seja homem, quer seja mu-lher. Nos Estados Unidos não. Nos EUA existe o que eles chamam de position - uma posição para ser, por exemplo, chefe de departamento. Se for homem, o salário é um, se for mulher, é outro, sempre mais baixo. Quando eu fazia pós-doutoramento nos Estados Unidos, um colega me perguntou o que meu marido fazia. Respondi que trabalhava em banco e ele me interpelou: “E você precisa trabalhar?” Esse era um dos comentários. E nos EUA acredita-se que mulher cientista tem que ter cara de cientista. Se você é vaidosa, já te olham de nariz torcido. Já me disseram que eu tinha que parecer profissional. Quando fui para os EUA, tinha construído uma trajetória aqui (no Brasil) e vários trabalhos meus haviam sido publicados, mas me olhavam sem fé nenhuma. Um dia, me convidaram para fazer um seminário. Era um seminário que eu estava careca de dar no Brasil, mas me preparei como nunca na vida. Depois daquele evento mudaram de opinião sobre mim, mas me senti muito discriminada. E continua sendo assim”, conclui a cientista.

Acha que o seu salário é justo? Faça o teste abaixo e confira:
1. Considerando seu cargo e responsabilidades atuais, como você classifica sua remuneração comparada com a de outras pessoas na empresa:
( a ) abaixo dos demais
( b ) adequada
( c ) acima dos demais

2. Comparativamente ao mercado, sua remuneração está:
( a ) abaixo do mercado
( b ) na média do mercado
( c ) acima do mercado

3. Os benefícios que sua empresa lhe oferece são:
( a ) piores que os das concorrentes
( b ) na média do mercado
( c ) melhores que os das concorrentes

4. Nos últimos cinco anos, você recebeu aumento salarial individual?
( a ) não recebeu
( b ) sim, entre 1 e 4 aumentos
( c ) mais que 4

5. Nos últimos cinco anos, você recebeu algum tipo de bônus ou prêmio especial (exceto participação nos lucros)?
( a ) todos os anos
( b ) entre 1 e 4 vezes
( c ) não recebeu

6. Baseando-se na última avaliação formal, seu desempenho foi considerado:
( a ) acima do esperado
( b ) dentro do esperado
( c ) abaixo do esperado
7. Nos últimos cinco anos, você foi convidado para participar de projetos entre áreas em sua empresa:
( a ) sim, mais de uma vez
( b ) uma única vez
( c ) nenhuma vez

8. Em seu trabalho:
( a ) você freqüentemente supera metas
( b ) você se satisfaz quando consegue cumprir as metas
( c ) você enfrenta as tarefas de acordo com seu ritmo

9. Nos últimos cinco anos, quantos convites externos de emprego você recebeu?
( a ) acima de 4
( b ) entre 1 e 4
( c ) não recebeu

10. Em seu cotidiano profissional, você:
( a ) está sempre à procura de novos desafios, independentemente do retorno financeiro
( b ) busca oportunidades dentro da empresa, apostando que será recompensado no futuro
( c ) considera que o principal indício de crescimento profissional é um salário maior

Como calcular: Letra a: 2 pontos; letra b: 1 ponto e letra c: 0 ponto.

Resultado:

• menos de 6 pontos
Sua remuneração pode estar superior ao retorno que você tem dado à empresa. Reflita sobre sua motivação.

• de 6 a 10 pontos
Sua remuneração atual é justa. Para crescer, é preciso que você esteja atento às oportunidades.

• de 11 a 15 pontos
Você merece um salário melhor. É hora de conversar com o chefe sobre suas expectativas.

• acima de 15 pontos
Você está com a faca e o queijo na mão para negociar um belo aumento. Aproveite este momento.