Wendy´s é incendiada após morte de afro-americano pela polícia em Atlanta

Por Arlaine Castro

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A morte de um outro afro-americano nas mãos da polícia reacendeu mais protestos na noite de sábado, 13, em Atlanta, onde centenas de pessoas bloquearam uma grande rodovia interestadual e incendiaram um restaurante da Wendy´s, levando as autoridades a responderem com gás lacrimogêneo. Rayshard Brooks, 27, foi morto a tiros por um policial na noite de sexta-feira, 12, em um drive-through da Wendy´s na cidade. A morte de Brooks ocorre cerca de três semanas após a morte de George Floyd em Minneapolis desencadear manifestações globais para denunciar a brutalidade policial e o racismo. O que aconteceu A polícia respondeu a uma ligação na noite de sexta-feira sobre um homem dormindo em um veículo estacionado atrapalhando a pista drive-through do restaurante, informou o Departamento de Investigação da Geórgia em comunicado. Quando chegaram, os policiais fizeram um teste de sobriedade em Brooks, que ele falhou. Segundo informações da polícia e imagens das câmeras de vigilância e de testemunhas, Brooks resistiu à prisão, lutou com os dois policiais e pegou um Taser da mão de um deles. Em um determinado momento, ele consegue se libertar e começa a fugir. Brooks aponta a arma de choque na direção do policial que corre atrás dele e logo depois cai no chão. Ele foi baleado e levado para o hospital, onde morreu, diz o GBI. Um oficial foi tratado por uma lesão e liberado. Wendy´s incendiada Em Atlanta, as tensões aumentaram no sábado à noite, quando multidões se reuniram na área ao redor do Wendy, onde ocorreu o tiroteio. Alguns quebraram o vidro da loja, informou Natasha Chen, da CNN. Ao cair da noite, o restaurante de fast-food estava envolto em chamas. Os bombeiros levaram mais de uma hora para se aproximar do prédio, que estava cercado por manifestantes, informou a afiliada da CNN na WSB. "Eu só quero fazer barulho suficiente para que eles investiguem a situação", disse um manifestante à WSB. Uma grande multidão permaneceu nas ruas do sudoeste de Atlanta até o início da manhã deste domingo enfrentando a polícia, informou a emissora. Demissão e afastamento da polícia Menos de 24 horas após sua morte, a chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, anunciou que estava deixando o cargo. O policial que matou Brooks foi demitido no sábado, disse o porta-voz da polícia Carlos Campos. Ele foi identificado pela polícia como Garrett Rolfe. Um segundo policial envolvido no assassinato foi colocado em serviço administrativo, disse Campos. O policial era Devin Bronsan, informou a polícia em comunicado. Rolfe foi contratado em 2013 e Bronsan está no departamento desde 2018, informou a polícia. "Essa situação é tragicamente clássica", disse Cornell William Brooks, ex-presidente da NAACP. "Este vídeo, esse homicídio policial ocorre na sequência de Ahmaud Arbery, ocorre na sequência de Philando Castile, George Floyd, Tamir Rice, Breonna Taylor e muitos outros". Pelo menos 36 pessoas foram presas durante os protestos, disse um porta-voz da polícia de Atlanta à CNN. O GBI iniciou uma investigação sobre o incidente a pedido do Departamento de Polícia de Atlanta, disseram autoridades no sábado. Uma vez concluída a investigação, o caso será entregue ao Ministério Público. Com informações da CNN.