Zona morta do Golfo do México - Pense Green

Por Fernando Rebouças

431_oi_plantaragua_300dcor

O Golfo do México possui uma extensa zona morta em seu mar, que pode se expandir entre 2013 e 2014. A área corresponde a águas contaminadas e, consequentemente, sem oxigênio. O risco de expansão dessa área morta foi confirmado pela NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, em português).

Sabemos que nos mares e nos oceanos, as zonas mortas são tóxicas para a fauna e flora marinha. O tipo de contaminação que mais tem gerado essa degradação no Golfo do México é o proveniente de nutrientes aplicados na agricultura. A carência de oxigênio na água empurra a fauna restante para o fundo do mar, onde ainda há resquícios de oxigênio. Essas zonas mortas também são influenciadas pelo clima, chuvas, ventos e temperaturas locais.

Segundo o NOAA, a zona morta do Golfo do México pode atingir abrangência de 22.171 km², quase o tamanho do estado do Sergipe, no nordeste do Brasil. Em 2013, boa parte dos nutrientes agrícolas foram levados para o Golfo do México por meio das inundações, a partir da bacia do Rio Mississippi. Até 2012, a abrangência dessa zona morta era de 14.504 km².

A ampliação da zona morta do Golfo do México afetará ainda mais o meio ambiente marinho e, como perdas para o homem, a pesca comercial e recreativa, colocando em risco a economia local. A ocorrência de uma zona morta pode ocorrer naturalmente, porém, atividades antrópicas nocivas ao meio pode ampliar as possibilidade de surgimento e expansão de zonas mortas em diferentes mares e oceanos no mundo. A floração de algas, por exemplo, depende da presença do nitrogênio em águas salgadas e do fósforo nas águas doces. Através da agricultura intensiva, possibilita-se a inserção de fertilizantes e pesticidas no sistema hidrológico do solo, comprometendo, posteriormente, águas de lençóis freáticos, rios e oceanos por meio do escoamento.

Além das substâncias citadas acima, os fungicidas e técnicas modernas de cultivos tem aberto novos riscos de contaminação e desequilíbrio nas águas.

Acredita-se que a diminuição dos pantanais nos EUA tem comprometido a capacidade dos ecossistemas locais de equilibrarem o nitrogênio nas águas regionais. Nos últimos 200 anos, sete estados da região centro-oeste dos EUA perderam 35 milhões de acres de pantanais.