Zonas mortas nos oceanos - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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Sabemos que a vida no planeta depende de oxigênio, porém, em determinadas zonas oceânicas, quando os níveis de oxigênio diminuem, a vida marinha se extingue rapidamente, gerando as chamadas zonas mortas nos oceanos. Nessas regiões, o oxigênio já sofreu grande depleção e nenhuma forma de vida consegue sobreviver plenamente.

As causas podem ser sazonal, por um período no ano, ou por eutroficação, poluição das águas por substâncias químicas, como o  nitrogênio e fósforo. O nitrogênio, por sua vez, impulsiona o florescimento de algas que, posteriormente, morrem dissolvidas pelas bactérias que consomem altas quantidades de oxigênio, gerando hipoxia.

A ausência de oxigênio nos mares mata a vida marinha madura, as ovas e as larvas. Até os crustáceos não resistem. Além das substâncias químicas, a hipoxia pode ser causada pela entrada da água doce dos rios no mar, diminuindo o fluxo de oxigênio das águas superficiais para o nível mais profundo do mar salgado.

Atualmente, o mar que mais possui zonas mortas é o Mar Negro, do qual sua água para o Mar Mediterrâneo tem sido limitada pelo Estreito de Bósforo. A hipoxia também ocorre na Holanda e Golfo do México. Quando as águas profundas se tornam sem oxigênio, elas são chamadas de anóxicas.

Segundo o Instituto Mundial de Recursos e o Instituto de Ciência Marinha da Virgínia, EUA, o planeta apresenta mais de 530 zonas mortas e 228 regiões com sinais de eutroficação. Segundo os estudos publicados pela revista “Science”, entre os anos 1995 e 2007, as zonas mortas aumentaram mais de um terço.

Grande parte dessas regiões, além de fatores naturais, são vítimas de contaminação por fertilizantes e a queima de combustíveis fósseis. Os estudos também têm sido acompanhados pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Na maioria dos casos, essas substâncias entram em excesso pelas águas litorâneas. O crescimento das zonas mortas é um dos temas que têm gerado grande pressão pela preservação dos ecossistemas marítimos.

Segundo cientistas da Universidade de Gotemburgo, há cerca de 405 zonas mortas numa superfície de mais de 26.500 quilômetros quadrados. No início do século XX, só haviam quatro zonas mortas no planeta, quantidade que saltou para 49 em meados de década de 1960; para 87 na de 1970; e para 162 na de 1980.