Até agora você provavelmente já ouviu falar que o presidente Barack Obama está começando o Ano Novo dando a notícia a indocumentados da América Central de que eles serão rapidamente devolvidos a seus países de origem, e o mais mais provável é que muitos deles encontrarão a morte. Batidas de deportação começaram no primeiro fim de semana do ano com a prisão de 121 indocumentados. A nova operação tem como alvo mães e crianças que já receberam a ordem de deportação de um juiz de imigração. A operação está sendo supervisionada por Sarah Saldana, a primeira diretora latina do Immigration and Customs Enforcement (ICE).
Apesar das reivindicações para que esta operação seja sendo feita de forma humana, há relatos de que crianças estão sendo levadas de suas casas no meio da noite, sem um mandado, e estão sendo transportadas em carros sem identificação. Pelo menos um funcionário da administração Obama comentou que para conseguir eles vão trazer suas equipes de prisão de fugitivos com assentos especiais em carro para as famílias.
Em resposta à indignação contra o ataque direcionado da administração Obama sobre os membros mais vulneráveis da comunidade imigrante, o secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, emitiu um comunicado no dia 4 de janeiro, que entre outras coisas, identifica o foco da operação:
“O foco das operações deste fim de semana eram adultos e seus filhos que 1) foram detidos depois de 1º de maio de 2014 cruzando a fronteira sul ilegalmente; 2) receberam ordens de deportação de uma corte de imigração; e 3) já esgotaram recursos jurídicos apropriados, não têm nenhum recurso pendente ou pedido de asilo ou de outra ajuda humanitária sob nossas leis”. O secretário Johnson justifica as ações do governo, afirmando que eles estão apenas cumprindo a lei de uma forma “consistente com os valores americanos e os princípios básicos da decência, justiça e humanidade”. Você poderia pensar que o cumprimento da lei de acordo com valores americanos e os princípios básicos da decência, justiça e humanidade não incluiria prender crianças desacompanhadas em centros de detenção onde são negligenciadas e maltratadas e privando-as de devido processo legal.
É difícil de acreditar que o mesmo presidente que há poucos meses criticou republicanos que se opuseram aos refugiados sírios, os ridicularizando dizendo que estão com medo de mulheres viúvas com seus filhos, está cometendo o mesmo ato em relação a imigrantes da América Central. O presidente corre o forte risco de deixar o legado de “chefe da deportação” quando sair do cargo.
Com trechos do texto de Matthew Kolken, no ilw.com.