O financiamento para a programação em centros de detenção que mantêm menores desacompanhados está sendo cortado pelo governo do presidente Donald Trump, informou o Washington Post.
O Escritório de Reassentamento de Refugiados (Office of Refugee Resettlement -ORR), que administra os centros onde as crianças migrantes ficam detidas até que sejam liberadas para viver com algum familiar ou responsável, informou que já está encerrando neste mês o fluxo de dinheiro para quaisquer atividades consideradas não essenciais para a sobrevivência.
Um porta-voz do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), que supervisiona a ORR, disse que os cortes no financiamento são para atividades "não diretamente necessárias para a proteção da vida e segurança, incluindo serviços de educação, serviços legais e recreação".
Autoridades federais de imigração pediram ao Congresso bilhões de dólares em financiamento adicional, temendo que o programa de abrigos pudesse ficar sem dinheiro já neste mês. No entanto, a verba não foi autorizada.
Aumenta número de menores indocumentados em abrigos nos EUA
A justificativa do governo é de que, com o aumento do fluxo de imigrantes que chegam pela fronteira sul, os orçamentos estão nos limites. Os números de apreensão da Patrulha de Fronteira indicam que as crianças desacompanhadas e as unidades familiares têm sido uma parte importante desse fluxo. "As autoridades de imigração dos EUA têm agora mais de 80.000 pessoas sob custódia, um nível recorde que está além da capacidade sustentável com os recursos atuais. Mais de 7.500 adultos solteiros estão sob custódia na fronteira e imigração e alfândega está segurando mais de 50.000. Mais de 2.350 crianças desacompanhadas - o mais alto de todos os tempos - estão atualmente sob custódia esperando dias por colocações em postos fronteiriços que não podem fornecer condições adequadas para eles porque a saúde e serviços humanos estão sem leitos extras e o Congresso não conseguiu atuar solicitação suplementar de emergência por mais de quatro semanas", diz um comunicado oficial do Department of Homeland Security. Os cortes de financiamento são retroativos, já que as empresas que administram os abrigos foram notificadas por um funcionário do HHS de que a programação que data de 22 de maio não seria financiada. Segundo especialistas da área imigratória e alguns políticos que se pronunciaram sobre o corte, a lei prevê que crianças imigrantes nos Estados Unidos tenham direito à educação. Sendo assim, a medida vai contra o que é de direito dos menores. "Eliminando as aulas de inglês e assistência jurídica que são cruciais para garantir que as crianças passem com sucesso pelo processo de asilo, a administração Trump está essencialmente condenando as crianças à prisão e jogando fora a chave até sua deportação iminente", afirmou o deputado Raul Grijalva (D-AZ), em uma declaração. Depois de serem detidos pela Patrulha de Fronteira ao longo da fronteira, os menores são processados ??e depois colocados sob custódia do HHS, que os colocam nos abrigos agora enfrentando cortes orçamentários. Segundo a AP, o governo disse que atualmente tem 13.200 crianças migrantes estão sob seus cuidados e segundo oficiais de imigração, mais crianças podem vir, já que a Patrulha da Fronteira informou que mais de 11.500 crianças desacompanhadas cruzaram a fronteira no mês passado, contra quase 5.000 em outubro passado. Leia tambémMéxico se recusa a manter menores que aguardam pedidos de refúgio nos EUA
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