A Ford fechou um acordo de US$ 299,1 milhões (cerca de R$ 1,15 bilhão) em indenização que cobre pelo menos 6 milhões de veículos dos Estados Unidos que utilizam o airbag Takata, que passou a ser chamado de “airbag mortal”. O dispositivo está envolvido em diversos acidentes (nos EUA a maior parte ocorreu na Flórida), e soma 23 vítimas fatais no mundo todo, de acordo com documentos apresentados em um tribunal federal em Miami na segunda-feira, 16.
De acordo com a Reuters, o acordo cobrirá diversas formas de "perdas econômicas" de consumidores, que entraram com ação coletiva alegando que os veículos foram vendidos como "seguros", pagaram mais por modelos com airbags ou tiveram algum prejuízo com carro parado por recall.
Mais de 290 feridos em todo o mundo também estão ligados aos airbags Takata que podem explodir, desencadeando estilhaços de metal dentro de carros e caminhões. Até o momento, 21 mortes foram registradas em veículos da Honda e dois em veículos da Ford. A questão provocou o maior recall de segurança da indústria automobilística na história, envolvendo cerca de 100 milhões de inflatores entre 19 grandes fabricantes de automóveis.
Fabricante amplia recall de airbags nos EUA para quase 34 milhões de carros
Outras seis fabricantes - Honda, Toyota, Nissan, Mazda, Subaru e BMW - já fizeram acordos semelhantes para acabar com os processos nos EUA, somando mais de US$ 1,2 bilhão (R$ 4,6 bilhões), de acordo com a Reuters. O acordo também cobre custos diretos, incluindo salários perdidos e custos de assistência infantil, que os proprietários da Ford podem enfrentar, ou já incorreram, para consertar os veículos. Sob o acordo, a Ford também fornecerá veículos de aluguel ou empréstimo gratuitos para os proprietários que estiverem aguardando reparos quando as peças não estiverem disponíveis. No total, quase 30 milhões de veículos dos EUA permanecem sem conserto no recall.
Estilhaços de metal
A falha nos dispositivos produzidos pela japonesa Takata por anos faz com que o airbag abra com muita força, em caso de acidente. Segundo a fabricante, o problema está na vedação do insuflador, onde fica o gás que faz o airbag ser acionado. A peça pode trincar, e a exposição à umidade também pode alterar o gás. Assim, quando há uma colisão e o airbag deve ser acionado, ele não abre corretamente, e explode. O insuflador (que tem peças metálicas) se parte e seus pedaços são atirados contra os ocupantes dos veículos. Até por isso, os ferimentos de algumas vítimas foramconfundidos com facadas ou tiro. A Flórida lidera casos de mortes e ferimentos devido à explosão dos airbags da fabricante Takata do que qualquer outro estado no país, de acordo com dados divulgados pelo senador Bill Nelson em maio, quando ele mostrou 15 mortes e 278 feridos nos Estados Unidos e em seus territórios pela falha do dispositivo. Na Flórida, houve 83 feridos e três fatalidades atribuídas aos airbags, de acordo com os dados. No Brasil, mais de1 milhão de carros ainda precisam trocar os airbags. Só em 2018, a Fordconvocou mais de 37 mil unidades da picape Rangerpara substituir o dispositivo.Flórida lidera mortes e feridos por explosão de airbags Takata
