O presidente Donald Trump disse na terça-feira, 14, que a ordem executiva de imigração que seu governo planeja relacionada ao programa Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA) será "baseada no mérito".
"Vamos cuidar do DACA porque, em um futuro não muito distante, logo estarei assinando uma nova ação de imigração - muito, muito grande ação de imigração baseada em mérito - isso com base na decisão do DACA, eu poderei fazer ", disse Trump a repórteres no Jardim de Rosas da Casa Branca.
O anúncio vem dias depois dele dizer que estava refazendo o pedido para encerrar o programa junto à Suprema Corte. Em uma entrevista na televisão na sexta-feira, 10 de julho, o presidente afirmou que abrirá caminho para a legalização dos cerca de 700 mil imigrantes beneficiários do programa. O DACA protege da deportação os menores que chegaram ilegalmente aos EUA quando crianças.
"Vou fazer uma grande lei de imigração", disse Trump em entrevista a José Díaz-Balart na Telemundo. "Um dos aspectos da lei será o DACA, vamos ter um caminho para a cidadania", enfatizou duas vezes. "Vou enviar uma lei como ordem executiva", acrescentou. Quando o jornalista lhe perguntou se estava se referindo a um projeto de lei (a ser analisado pelo Congresso) ou a uma ordem executiva (decreto), esclareceu que se referia a uma ordem executiva.
Trump acrescentou que seu oponente, Joe Biden, "expandiria amplamente" a imigração pouco qualificada: "Eu gosto de habilidades, gosto de mérito". "Até republicanos conservadores querem ver algo acontecer com a DACA", disse Trump. "Os democratas tiveram sua chance por três anos".
Brasileiros no DACA
Em entrevista ao Gazeta News, a paraense Emilly de Souza, 21 anos, inscrita no DACA há quase 5 anos, considera o programa uma das melhores coisas que já foi feita pelos jovens imigrantes nos Estados Unidos e vê seu encerramento como um pesadelo e um retrocesso. "Com o DACA, não somente eu, mas vários outros jovens, podemos pensar em ter uma carreira e uma vida melhor nos Estados Unidos. O fim dele é um pesadelo pra nós porque agora vamos ter que praticamente recomeçar do zero. Tudo o que já conquistamos até aqui, como por exemplo, os cursos e os direitos, vamos perder", relata.
