Houve quase 2,4 milhões de detenções de imigrantes na fronteira sudoeste do país neste ano fiscal – o número mais alto já registrado, de acordo com dados da Patrulha de Fronteira dos EUA divulgados esta semana.
Autoridades prenderam 227.000 imigrantes em setembro, um aumento de 11% em relação a agosto, o terceiro maior número registrado este ano ao longo da fronteira EUA-México depois de maio e abril.
As prisões ou encontros de imigrantes no ano foram 37% maiores do que no ano passado e mais de duas vezes o número registrado em 2019. (Houve cerca de 458.000 encontros de migrantes registrados em 2020, mas esse número provavelmente foi afetado pela pandemia global.)
Não está claro quantos dos 2,4 milhões de encontros representam indivíduos que cruzam a fronteira porque a contagem inclui pessoas que fazem tentativas repetidas durante o mesmo ano fiscal. No ano fiscal passado, a Alfândega e Proteção de Fronteiras registrou uma taxa de reincidência de 27%.
Programas instituídos pelo ex-presidente Donald Trump, como o Título 42 e “permanecer no México”, que exigiam que alguns solicitantes de refúgio esperassem no México por decisões sobre seus pedidos, provavelmente aumentaram a reincidência porque, à medida que mais pessoas são removidas do país, mais estão repetindo tentativas de entrar.
Os encontros com imigrantes rastreiam o número de pessoas presas por agentes da Patrulha de Fronteira entre os portos de entrada ou de entrada negada no país em um porto de entrada e deportadas. Isso inclui requerentes de asilo que são, dependendo de suas circunstâncias, imediatamente expulsos para o México, deportados para seus países de origem ou liberados nos EUA enquanto aguardam o processamento de seus pedidos de asilo.
Nos últimos meses, houve um aumento acentuado no número de venezuelanos que cruzam a fronteira, fugindo da turbulência política e econômica em seu país de origem. Anteriormente excluídos do Título 42, os venezuelanos não podiam ser devolvidos ao México quando detidos pela Patrulha de Fronteira. Mas no início deste mês, o Departamento de Segurança Interna anunciou que os venezuelanos que cruzaram a fronteira ilegalmente seriam devolvidos ao México e impedidos de entrar nos EUA legalmente.
O ritmo histórico de pessoas cruzando a fronteira para os EUA reforçou a narrativa dos republicanos do Texas, que criticaram o presidente Joe Biden e os democratas por suas políticas de segurança na fronteira e pela recusa em restaurar as restrições de imigração da era Trump. O governador Greg Abbott priorizou a questão em seus esforços de reeleição por meio de sua missão de assinatura, Operação Lone Star, um empreendimento de US$ 4 bilhões. Fonte: The Texas Tribune.
