Relatos de crimes de ódio nos Estados Unidos dispararam em 2019 para o nível mais alto desde 2008, de acordo com novos dados divulgados na segunda-feira, 16, pelo Federal Bureau of Investigation (FBI).
Em seu relatório anual sobre estatísticas nacionais de crimes de ódio, o FBI descobriu que os assassinatos classificados como crimes de ódio mais que dobraram de 2018 a 2019, com 51 pessoas mortas no ano passado em incidentes motivados pelo ódio.
Entre 2016 e 2017, o FBI encontrou um aumento de 17% nos incidentes relatados. O número de incidentes de crimes de ódio caiu ligeiramente em 2018 antes de aumentar novamente em 2019, de acordo com as novas estatísticas.
O último relatório descobriu que 7.314 incidentes de crimes de ódio foram relatados ao FBI em 2019, um aumento de 194 incidentes desde 2018.
O total atual inclui 7.103 incidentes de crimes de ódio envolvendo um único tipo identificado de preconceito contra as vítimas, e 211 incidentes envolveram mais de um tipo de preconceito que motivou o criminoso.
Este ano, um dos crimes que mais repercutiu e gerou protestos em diversos estados do país foi a morte do afro-americano George Floyd, que morreu em 25 de maio após ter o pescoço prensado pelo joelho de um policial em Minneapolis.
Dos crimes de ódio de preconceito único relatados em 2019, estão:
-57,6% dos incidentes relatados foram motivados por preconceito de raça / etnia / ancestralidade;
-19,9% foram motivados por preconceito religioso;
-16,8% foram motivados por viés de orientação sexual;
-2,7% foram motivados por preconceito de identidade de gênero;
-2% foram motivados pelo viés de deficiência dos agressores.
Os dados divulgados na segunda-feira mostraram que o preconceito contra os afro-americanos compreendeu esmagadoramente a maior categoria de crimes de ódio relatados relacionados à raça, com um total de 48,4% dos crimes motivados pelo preconceito contra os negros ou afro-americanos. Um crime é definido como uma ação específica contra pessoas, propriedade ou sociedade, e os incidentes de crimes de ódio relatados podem conter mais de um crime, de acordo com um porta-voz do FBI.
Os novos dados também mostraram que o preconceito contra os judeus compreendeu 60,3% dos crimes relatados motivados pela religião, seguido por 13,3% dos crimes relatados contra os muçulmanos. Entre as pessoas visadas devido à orientação sexual, 62,2% das ofensas relatadas envolviam preconceito anti-gay contra homens.
Em 2019, a maioria dos incidentes de crimes de ódio (24,6%) ocorreu em ou perto de residências. Mais de 18% (18,2) ocorreram em rodovias / estradas / becos / ruas / calçadas; 9,6% ocorreram em escolas / faculdades; 4,7% aconteceram em estacionamentos / garagens; e 4,4% ocorreram em igrejas / sinagogas / templos / mesquitas.
O FBI tem coletado dados de crimes de ódio de departamentos e agências de aplicação da lei nos Estados Unidos desde 1990. No entanto, a participação no programa de relatórios anuais da agência permanece voluntária - um fato que os críticos dizem ser equivalente a um sistema falho de identificação precisa do número real de crimes no país que são motivados pelo ódio. Os números enviados por agências de aplicação da lei ao FBI geralmente têm definições diferentes do que constitui um crime de ódio, o que contribui para possíveis lacunas na contagem dos tipos de crimes.
Para ver o relatório na íntegra, clique aqui.
