Regra de viagens dos EUA exclui vacinados com a Sputnik V da Rússia

Por Arlaine Castro

MINSK, BELARUS - DECEMBER 29, 2020: A medical worker holds a component of the Russian Gam-COVID-Vak (Sputnik V) vaccine against COVID-19 in a city hospital. The first batch of the Russian Sputnik V vaccine has arrived in Belarus; a mass vaccination campaign is starting in the country. Stringer/TASS.No use Russia.

As novas regras que permitirão que viajantes internacionais totalmente vacinados entrem diretamente nos Estados Unidos a partir de novembro excluirão aqueles vacinados pela vacina Sputnik V da Rússia, relata o Washington Post.

A negativa da vacina russa, ainda não aprovada pela Organização Mundial de Saúde, terá um impacto internacional mais amplo, já que a Rússia tem planos de distribuir sua vacina para cerca de 70 países.

Vacinas aceitas

Situação atual: De acordo com as novas regras, os não cidadãos que entram no país devem ser inoculados com vacinas aprovadas para uso emergencial pela Food and Drug Administration ou pela Organização Mundial de Saúde.

Isso inclui as vacinas Pfizer-BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson amplamente utilizadas nos EUA, bem como a vacina AstraZeneca. Também inclui as vacinas Sinopharm e Sinovac desenvolvidas pela China. Ou seja, a Coronavac, distribuída e aplicada no Brasil, também entra na lista das vacinas aceitas.

A OMS interrompeu seu processo de revisão da vacina Sputnik V devido a preocupações com seu processo de fabricação, observa o Post.

O panorama geral: ao discursar na Assembleia Geral da ONU no sábado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu o reconhecimento mútuo de vacinas pelos órgãos nacionais de supervisão.

A embaixada russa em Washington se recusou a comentar sobre a nova política dos EUA.

A Sputnik V não é a única vacina que corre o risco de ficar para trás. Nem o FDA nem a OMS autorizaram a Covaxin da Índia, que viu 560 milhões de doses compradas até agora, principalmente na Índia.

Os vacinados com Covaxin podem não ser autorizados a visitar os Estados Unidos em novembro. Também tem havido disputas com governos individuais que não aceitam algumas vacinas, como a recusa da Grã-Bretanha em reconhecer totalmente as vacinas administradas em muitas partes do mundo.

Milhares de viajantes serão impedidos

Caso não seja revista, centenas de milhares de russos podem ser afetados diretamente. Apesar das relações diplomáticas mais estremecidas e da demanda limitada por viagens internacionais, cerca de 300.000 russos visitaram os Estados Unidos em 2019, o último ano para o qual há dados disponíveis, de acordo com a U.S. Travel Association.

De acordo com dados do Global Health Innovation Center da Duke University, cerca de 448 milhões de doses de Sputnik V foram compradas em todo o mundo, muitas delas indo para países de baixa renda. 

Teste negativo de COVID

Apesar da vacina, o CDC lembra que todos os passageiros aéreos que chegam aos Estados Unidos, incluindo cidadãos dos EUA e pessoas totalmente vacinadas, devem ter um resultado negativo do teste COVID-19 no máximo 3 dias antes da viagem ou documentação de recuperação da COVID-19 nos últimos 3 meses antes do embarque em um voo para os Estados Unidos.

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