A casa própria — tradicional símbolo do sonho americano — está cada vez mais distante da realidade da maioria das famílias nos Estados Unidos. Segundo um novo levantamento da Bankrate, mais de 75% dos imóveis no país são considerados inacessíveis para a renda típica dos lares americanos.
O estudo define como “acessível” um imóvel cujos custos anuais não ultrapassem 30% da renda familiar.
Para especialistas, o resultado reflete a combinação de preços elevados, escassez de moradias e renda que não acompanha o ritmo da valorização imobiliária. De acordo com Alex Gailey, analista da Bankrate, “apenas uma fatia muito pequena do mercado é viável para a família média, tornando a casa própria quase um artigo de luxo”.
Dados da Associação Nacional de Corretores mostram um recuo drástico na participação de compradores de primeira viagem: apenas 24% dos compradores em 2023 estavam adquirindo sua primeira casa, contra 50% em 2010. O país precisaria de 4,7 milhões de novas unidades habitacionais para equilibrar a demanda, segundo análise da Zillow.
A renda média anual de um domicílio americano, ajustada pela inflação, foi de cerca de US$ 84 mil em 2024, bem abaixo dos US$ 113 mil necessários para comprar uma casa típica — hoje avaliada em aproximadamente US$ 435 mil. Já em cidades como Nova York, São Francisco e Seattle, é preciso ganhar mais de US$ 200 mil por ano para arcar com o custo de um imóvel mediano.
Apesar do cenário desafiador, algumas regiões do Sul e do Oeste mostram sinais de melhora, impulsionadas por políticas de incentivo fiscal e regras de construção mais flexíveis. Nessas áreas, a oferta de novas casas cresce em ritmo mais rápido do que no Nordeste e no Meio-Oeste, onde a construção permanece abaixo dos níveis anteriores à pandemia.
Para quem sonha em comprar um imóvel, há expectativa de um leve alívio em 2026: as taxas de hipoteca devem cair para uma média de 6,3%, após atingirem 6,6% em 2025, segundo o Realtor.com.
Fonte: CBS
