Milhares de imigrantes que moram na Flórida vão votar pela primeira vez e escolher o próximo presidente dos Estados Unidos. Com uma população em torno de 21 milhões de habitantes e 29 colégios eleitorais, mais uma vez, o estado é considerado crucial para definir o resultado das eleições e para muitos brasileiros, o imigrante poder exercer o direito ao voto é muito importante.
Expectativa do primeiro voto"O voto é a oportunidade de fazer parte da democracia, de fazer a diferença, de escolher quem serão os nossos futuros representantes. É de extrema importância que os imigrantes que são cidadãos aqui façam a sua parte nessas eleições e não se abstenham de uma escolha que é essencial para todos", afirma Marina Campos, 38 anos, que trabalha na área de Gestão Administrativa e Financeira e mora em Kissimmee.
Embora o voto nos EUA não seja obrigatório, para muitos imigrantes é o que faz a diferença na hora de mostrar que se busca uma vida melhor no país que optaram por viver. Ansiosos, eles falam sobre a expectativa de poder votar pela primeira vez.
"Estou feliz por ter o direito de fazer a minha parte na história da democracia desse país. Mesmo com as eleições aqui sendo um pouco diferente que no Brasil, eu acredito que cada voto conta. Estou curiosa para saber o resultado do colégio eleitoral, já que esse define quem será o novo presidente e a competição está acirrada", completa Campos.
Para a designer de eventos e interiores, Alessandra Anizio, 50 anos, moradora de Boca Raton, a primeira vez é sempre importante. "Estou feliz em poder fazer parte da história do país que me acolheu. É uma responsabilidade grande escolher o nosso próximo presidente", afirma.
A expectativa é grande também para Fabrício Schmidt, interior designer, que mora em Fort Lauderdale, e diz que escolheu enviar o voto pelo correio. "Por essa ser uma eleição muito importante para o país, poder contribuir mesmo que seja com apenas meu voto já me deixa muito feliz. Já tenho o ballot em casa", conta.
Disputa acirradaAs pesquisas mostram uma disputa acirrada entre os candidatos Donald Trump e Joe Biden na Flórida - o estado mais indeciso do país. Desde 1996, a margem média de vitória dos candidatos presidenciais aqui é de apenas 2,6 pontos percentuais, de longe a mais baixa de qualquer estado. George W. Bush venceu na Flórida em 2000 por apenas 537 votos após uma recontagem.
Não é surpreendente que as recentes pesquisas na Flórida tenham mostrado Trump e Biden disputando ponto a ponto. O resultado pode estabelecer uma reta final surpreendente, segundo análise do Herald Tribune. Biden ainda tem uma vantagem, que se expandiu desde o diagnóstico de COVID-19 de Trump. Mas Hillary Clinton também liderou na Flórida nesta fase em 2016, e os democratas agora estão cautelosos depois de ver como Trump a ultrapassou e ganhou no estado por 1,2 pontos percentuais.
Uma pesquisa da Suffolk University / USA TODAY divulgada em 6 de outubro empatou a corrida na Flórida, enquanto uma pesquisa do New York Times / Siena College do início de outubro fez Biden subir 5 pontos.
Brasileiros se dividem entre Trump e BidenAssim como a maior parte da população na Flórida, os brasileiros também estão divididos entre os dois candidatos.
"Eu não sou filiada a nenhum partido político e sempre preferi analisar as propostas de cada candidato independente do partido. Esse ano eu vou apoiar o Biden. Acredito que os seus ideais e propostas se alinham com as causas que eu apoio e defendo, como igualdade entre homens e mulheres, os direitos da comunidade LGBTQ , direito das mulheres, e a esperança de que o seu governo irá criar um programa para ajudar os imigrantes indocumentados aqui", opina Campos.
"Penso que Trump continua sendo a melhor opção", opina Anizio. "Nós, os pequenos empresários, sabemos da importância do crescimento econômico", diz. Questionada sobre o que está achando da disputa eleitoral deste ano, Anizio ressalta que os debates não estão tão profissionais como deveriam e falta mais esclarecimentos sobre as medidas que serão tomadas para o futuro do país.
Leia mais sobre as eleições 2020 na matéria especial POR QUE A FLÓRIDA PODE DEFINIR A ELEIÇÃO DOS EUA?
