Julgamento do atirador de Parkland (FL) é adiado para abril

Por Arlaine Castro

nikolas cruz

O julgamento que definirá a sentença de Nikolas Cruz, que confessou ter matado 17 pessoas no tiroteio em massa de 2018 em Parkland (FL), foi adiado para abril.

O 17º Circuito Judicial do estado havia programado o julgamento para começar em 21 de fevereiro, mas os promotores persuadiram a juíza Elizabeth Scherer a dar-lhes mais tempo para se preparar para o caso, que pode terminar com Cruz recebendo a pena de morte ou prisão perpétua.

Uma audiência de status com o objetivo de iniciar a seleção do júri vai ocorrer durante a primeira semana de abril.

O Gabinete do Defensor Público do Condado de Broward, que está defendendo Cruz no tribunal, está divulgando informações aos promotores “aos poucos”, de acordo com a moção do estado apresentada no tribunal do condado de Broward na semana passada.

Ouvir mais testemunhas

Por isso, os promotores estaduais disseram que ainda precisam colher depoimentos de mais de duas dúzias de testemunhas apresentadas pelos advogados de Cruz. Um depoimento envolve a tomada de depoimento oral juramentado e extrajudicial de uma testemunha para fins de descoberta. Os jurados do julgamento de sentenças verão evidências apresentadas e ouvirão testemunhas.

Quando a sentença ocorrer, 12 jurados decidirão se recomendam que Cruz deve ser condenado à pena de morte.

Cruz confessou em 20 de outubro de 2021 ser o culpado pelo tiroteio em massa de 14 de fevereiro de 2018 na Marjory Stoneman Douglas High School, a cerca de 15 milhas a sudoeste do centro de Boca Raton.

No tiroteio, ele matou 14 alunos e três funcionários e feriu outras 17 pessoas durante os sete minutos em que perambulou por um prédio de três andares na escola. Cruz atirou nas vítimas nos corredores e nas salas de aula. Em algumas vezes, retornou aos feridos para matá-los com mais tiros.

O tiroteio em massa foi considerado um dos piores da era moderna dos EUA e ganhou atenção internacional, provocando ativismo em torno das leis de armas, segurança escolar e saúde mental.

Cruz havia sido expulso da Stoneman Douglas um ano antes, após um histórico de comportamento ameaçador e às vezes violento que datava da pré-escola.

“Foi horrível”, diz aluna brasileira

A estudante brasileira Melissa Camile, 15 anos, é aluna da escola desde o início do ano e estava dentro da sala no momento do tiroteio e contou ao Gazeta News a aflição e o medo de morrer.

“Os professores mandaram todos ficarem quietos e chamaram a polícia. Quando a polícia chegou foi só gritaria. Eles gritavam com o atirador algo do tipo “larga a arma, vem pra cá, tentando fazer com que ele se aproximasse mais deles”, contou. Durante os minutos que o atirador ficou dentro da escola, a brasileira conta que várias estudantes gritavam por ajuda e ouviu mais tiros que pareciam ser da polícia, “mas a gente tinha que ficar quieto e não podia fazer nada. Foi horrível”, lamenta. Segundo Camile, depois de uns 30 minutos os policiais começaram a retirar os alunos de dentro da escola para um local externo seguro. “A gente tinha que correr quando eles davam a ordem. Foi muito tenso”, explica.

Até fevereiro de 2018, o massacre completou o 6º que feriu ou matou estudantes nos Estados Unidos, e o 18º envolvendo uma arma disparada dentro ou perto de campus dos EUA em 2018, de acordo com a Everytown Research, uma organização sem fins lucrativos que rastreia tiroteios e outros incidentes relacionados à segurança das armas perto das escolas dos EUA.

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