Desde 2019, Carlos Jimenes Martins cuida sozinho dos filhos Noah, 6 anos, e Sarah, 3. Ele é marido de Rafaelle Sousa, que está presa desde o ano citado e foi condenada no dia 27 de julho de 2022 a 7,5 anos de prisão pelo tribunal do condado de Palm Beach, sul da Flórida.
No dia 8 de maio de 2019, sem saber que estava grávida, ela deu à luz. Assustada e acreditando que o bebê havia nascido sem vida, ela o colocou na área de lixeira do condomínio onde morava com o marido e o filho mais velho em Boca Raton. Um caso que repercutiu em toda a comunidade, mas que repercute ainda mais para a família.
Em uma nova entrevista exclusiva ao Gazeta News, Carlos fala sobre a criação dos filhos sem a presença da mãe e que tem uma rede de apoio, além da esperança no futuro da família.
"Sozinho não se consegue nada. Ainda bem que existem vizinhos, escola, governo, igreja, amigos perto e longe, e até de alguns relacionamentos que tive até hoje recebo ajuda desde então. Toda essa ajuda direta ou indiretamente reflete na minha casa", relata.
Trabalhando e cuidando das crianças, ele analisa que cada pai que cria o(s) filho(s) sozinho tem as suas dificuldades específicas, mas o mais difícil é fazer o papel de mãe.
"Mãe é mãe e o pai não é igual à mãe. Fui criado sem mãe e é horrível, acho que é um dos piores sentimentos do mundo. Ser criado longe da mãe é muito ruim. Já é triste ficar longe de onde nascemos e da família no Brasil. A gente se mantém pela força de vontade, pela garra e tudo mais. Deus que nos dá força. Fico triste pelos meus filhos porque estão longe da mãe", desabafa.
Sobre a menina, que hoje é uma criança saudável e muito parecida com a mãe, Carlos diz que fala para ela que a mãe é um passarinho ."Falamos para ela que a mãe dela é um passarinho que está no céu, voando. 'Sua mãe é Rafaelle', e ela olha para o alto, para o vento. Inclusive ela faz a cara da mãe quando fica olhando para as nuvens. O Noah às vezes fica muito triste. Pergunto o que foi, mas sei que é porque está sentido", completa.
Carlos conta que Rafaelle não viu os filhos desde que foi detida. Para ele, é um passo de cada vez, mas encontra esperança no futuro da família. "Penso que daqui pra frente é seguir lutando pela família. O contato mãe e filho para mim é muito importante. E isso é o que vejo de mais importante nessa situação. Sem mãe ninguém merece, é muito triste. Um passo de cada vez rumo ao percurso normal da vida, da família unida. É o maior bem que Deus nos deu", destaca.
De acordo com as últimas estatísticas do Censo (2021), nos Estados Unidos existem mais de 11 milhões de famílias criadas somente por um dos pais com filhos menores de 18 anos.
Mas as estatísticas mostram também que os lares liderados somente por mulheres ainda é uma realidade longe de se tornar diferente: 80% (8.765.000) das famílias monoparentais são lideradas por mães e somente 20% (2.251.000) das famílias monoparentais são lideradas por pais.
Os pais solteiros representam um pouco mais de um quarto (26,7%) de todos os grupos familiares americanos que criam filhos menores de idade, segundo o censo. Um pai solteiro é um pai que vive sem um parceiro ou cônjuge para sustentar a criança e tem responsabilidades diárias de cuidado de um filho ou filhos dependentes.
Em 2020, havia cerca de 6,96 milhões de famílias com um chefe de família do sexo masculino e nenhum cônjuge presente nos Estados Unidos.
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