Flórida continua sendo o estado mais perigoso do país para ciclistas

Foram 6,18 mortes por 100.000 pessoas desde 2020 na FL- 163% maior que a média nacional, segundo dados da National Highway Traffic Safety Administration.

Por Arlaine Castro

Longuinho Amaral Junior, 46, estava de bicicleta quando foi atropelado por um veículo em Palm Beach County no sábado, 29 de abril, foi socorrido, mas morreu 48 horas depois.

O número de mortes por ciclismo nos EUA atingiu um recorde de várias décadas, com uma média de 19 pessoas sendo mortas enquanto andavam de bicicleta todas as semanas. E a Flórida continua sendo o estado mais perigoso para os ciclistas do país, de acordo com a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA).

Houve um aumento de 10,5% das fatalidades no trânsito desde 2020, e as mortes por bicicleta representam 2%, segundo dados da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) analisados pelo portal especializado Cycling Weekly.

Flórida - o mais perigoso

A Flórida continua sendo o estado mais perigoso para os ciclistas do país, com 6,18 mortes de ciclistas por 100.000 pessoas, o que é 163% maior que a média nacional, segundo os dados.

A Louisiana é o segundo estado mais perigoso, com uma taxa de 4,5 mortes de ciclistas por 100.000 pessoas. Arizona, Delaware e Carolina do Sul completam o top 5 com taxas de mortalidade de 3,69, 3,51 e 3,5, respectivamente.

Longuinho Amaral Junior

Uma das vítimas mais recentes na Flórida foi um brasileiro. No sábado, 29 de abril, Longuinho Amaral Junior, de 46 anos, estava de bicicleta quando foi atropelado por um veículo em Palm Beach County. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu cerca de 48 horas depois.

De acordo com o grupo de ciclistas do qual ele fazia parte, Galera do Pedal Flórida, ele estava indo encontrar o grupo quando foi atropelado por volta das 5:30am na SW 18th Street, perto do condomínio Boca Pointe. "Descanse em paz meu amigo, vamos sentir muito sua falta, nosso pedal nunca será o memo sem você", despediu o grupo.

Membro querido da comunidade brasileira no Sul da Flórida, o velório será realizado nesta quinta-feira, 4, entre 5pm e 9pm, no Babione Funeral Home (10060 Calle Comercio Drive, Boca Raton).

Ainda não se sabe detalhes do acidente, estando o mesmo sob investigação, segundo a polícia do condado de Palm Beach.

"Meu esposo, um excelente homem, pai, irmão, filho e ser humano, foi covardemente atropelado por um carro durante sua rotina de treino de ciclismo no sábado de manhã e foi covardemente deixado sem socorro pelo responsável por essa tragédia", escreveu. "Gostaria de pedir a gentileza de vocês nos ajudarem mais uma vez com os custos de funeral e das despesas necessárias para a adaptação da rotina da família sem nosso ser mais amado. Qualquer ajuda será bem vinda", escreveu a esposa Ana.

Nebraska - o mais seguro

Por outro lado, há os estados americanos que tiveram a menor porcentagem de mortes de ciclistas em comparação com sua população: Nebraska, Dakota do Sul e Vermont.

No topo da lista dos mais seguros está Nebraska, onde 15 pessoas morreram em acidentes relacionados a bicicletas entre 2010 e o final de 2019. Em relação à população do estado, isso equivale a 0,77 mortes por 100.000 pessoas, que é a taxa mais baixa do nação e 67% abaixo da média nacional de 2,35 mortes por 100.000 pessoas.

O estado vizinho, Dakota do Sul, ficou em segundo lugar como o mais seguro do país, com sete mortes de ciclistas naquele período de dez anos. Dada a população menor, isso equivale a 0,79 mortes de ciclistas por 100.000 pessoas.

Vermont ocupa o terceiro lugar mais seguro, com 0,96 mortes por 100.000 pessoas, devido a apenas seis mortes entre o início de 2010 e o final de 2019, 59% abaixo da média nacional.

Segurança

Apesar das mortes por bicicletas estarem em alta em várias décadas, os defensores da bicicleta dizem que há esperança no efeito de segurança nos números, bem como em uma infraestrutura melhor.

"Os números da NHTSA mostram uma tendência ascendente contínua e trágica no número de pessoas mortas enquanto andavam de bicicleta. Não aceitamos essas mortes como inevitáveis - elas são evitáveis ", disse Lauren Jenkins, diretora de comunicações da Liga, à Cycling Weekly. "No centro do problema está a priorização contínua de velocidade e conveniência para os motoristas. Projetar nossas estradas para todos os usuários e construir redes seguras de infraestrutura para bicicletas".