Reino Unido aprova vacina da Pfizer e BioNTech; vacinação deve começar na próxima semana

Por Arlaine Castro

Mulher segura frasco rotulado como de vacina para Covid-19 em foto de ilustração 10/04/2020 REUTERS/Dado Ruvic

O Reino Unido aprovou, nesta quarta-feira, 2, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech e anunciou que deve iniciar a vacinação já na semana que vem. Um primeiro lote com 10 milhões de doses será disponibilizado pelo NHS, serviço público de saúde britânico, ainda em 2020.

Profissionais da saúde deverão estar entre os primeiros a serem vacinados, assim como idosos e pessoas vivendo em casas de repouso, incluindo funcionários. Por causa das condições de armazenamento da vacina – que precisa ser mantida a -70°C – as campanhas de vacinação serão feitas em hospitais.

Os anúncios foram feitos pelo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, que classificou a notícia como "fantástica". “No início da próxima semana, começaremos um programa de vacinação de pessoas contra Covid-19 aqui neste país”, disse ele à rede Sky News.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que a aprovação da vacina vai resgatar vidas e a economia do país – que tem 59.148 mortes pela Covid-19, o maior número da Europa.

“É a proteção das vacinas que vai finalmente nos trazer de volta às nossas vidas e fazer a economia andar novamente”, escreveu o premiê britânico na rede social Twitter.

Na terça-feira (1º), a Pfizer pediu autorização para uso de sua vacina contra a Covid-19 na Europa. A decisão deve sair até 29 de dezembro. No início de novembro, as farmacêuticas anunciaram eficácia de 95% na prevenção da Covid-19, segundo dados iniciais do estudo da terceira e última fase de testes. Os dados ainda não foram publicados em revista científica.

EUA

A Pfizer informou que pretende produzir até 50 milhões de doses de vacina em 2020 para todo o mundo, e 1,3 bilhão de doses até o final de 2021. Em julho, os Estados Unidos fecharam acordo com os laboratórios para comprar 100 milhões de doses ainda este ano, pelo valor de US$ 1,95 bilhão (cerca de R$ 10,1 bilhões).

No final deste mês, a Food and Drug Administration vai considerar a autorização do uso emergencial nos EUA de duas vacinas feitas pela Pfizer e Moderna. As estimativas atuais projetam que não mais do que 20 milhões de doses de cada vacina estarão disponíveis até o final de 2020. E cada uma requer duas doses. Como resultado, as vacinas serão racionadas nas fases iniciais.

Profissionais de saúde e residentes de lares de idosos devem estar na frente da fila quando as primeiras vacinas contra o coronavírus estiverem disponíveis, disse um influente painel consultivo do governo na terça-feira, 1°.

O painel votou 13-1 para recomendar que esses grupos tenham prioridade nos primeiros dias de qualquer programa de vacinação, quando se espera que as doses sejam muito limitadas. Os dois grupos abrangem cerca de 24 milhões de pessoas em uma população dos EUA de cerca de 330 milhões.

Brasil 

No Brasil, a vacina da Pfizer/BioNTech é uma das quatro que estão sendo testadas, mas o país ainda não fez acordo para adquirir a vacina. Em meados de novembro, o governo recebeu executivos da Pfizer para, segundo o Ministério da Saúde, "conhecer os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório".