Países da Europa ampliam lockdown para tentar conter covid-19

Alemanha, Reino Unido, Itália e Dinamarca voltaram à quarentena

Por Arlaine Castro

Itália também decidiu por novo lockdown após Inglaterra.

A Alemanha também voltou a intensificar as medidas restritivas no país na terça-feira, 5, em uma tentativa de impedir um novo avanço da pandemia. Itália e Dinamarca também tomaram decisões semelhantes um dia após Inglaterra e Escócia anunciarem o retorno a uma quarentena total, mesmo com o início da vacinação no continente.

Na Alemanha, além de estender o prazo da quarentena até o fim de janeiro, os moradores das regiões onde há maior propagação do vírus terão as viagens não essenciais restritas a um raio de 15 km.

Segundo a imprensa local, a nova regra se aplica a cidades e condados que registraram mais de 200 novos casos de covid-19 a cada 100 mil habitantes nos últimos sete dias. A determinação, discutida pela chanceler Angela Merkel e os 16 líderes regionais, é a primeira a banir viagens não essenciais nas regiões alemãs mais afetadas.

Lojas e restaurantes vão permanecer fechados até o fim de janeiro, assim como as escolas, com o ensino sendo feito à distância. Além disso, membros de uma família que morem na mesma casa terão permissão para encontrar apenas uma outra pessoa em público. Já há uma determinação de que, em espaços públicos, as reuniões sejam limitadas a cinco pessoas de duas famílias.

"Precisamos restringir o contato mais estritamente. Pedimos a todos os cidadãos que restrinjam o contato ao mínimo", disse Merkel, acrescentando que as medidas serão revistas em 25 de janeiro.

A Alemanha registrou o recorde diário de 1.122 mortes no dia 30 de dezembro. Nesta terça, foram mais 944 óbitos, com o total passando de 35 mil. Também foram registrados mais 11.897 casos, segundo o Instituto Robert Koch, elevando o número de infecções para 1.787.410.

A taxa de contágio no país segue o dobro do que o governo considera administrável.

Na Escócia, o governo semiautônomo determinou o confinamento total a partir de terça-feira. Irlanda do Norte e Gales já haviam instaurado importantes restrições antes do Natal.

Segundo o ministro britânico Michael Gove, responsável pela coordenação da ação governamental, o confinamento permanecerá em vigor até março.

Com mais de 75.000 mortes por covid-19, o Reino Unido é o segundo país da Europa mais afetado pela pandemia, atrás apenas da Itália.

Neste contexto de emergência e, ao contrário do que acontece em outros países europeus, a campanha de imunização prossegue em alta velocidade no Reino Unido, onde na segunda-feira teve início a distribuição da vacina do laboratório britânico AstraZeneca e da Universidade de Oxford.

- Pandemia impede celebrações aos Reis Magos -

A situação no Reino Unido não é única. Outros países da Europa, a região mais afetada pela pandemia com mais de 589.000 vítimas fatais e 27,3 milhões de casos, temem que os novos focos provoquem mais medidas restritivas.

A Itália, com mais de 75.600 mortes, decidiu prolongar as restrições e adiar o retorno das aulas do Ensino Médio.

Na Alemanha, o governo prorrogou e apertou as restrições até 31 de janeiro. A maioria das lojas que não são de alimentos, bares e restaurantes, centros culturais e de lazer, além de escolas serão fechados. E, fora do núcleo de convivência, os encontros só podem ser com uma pessoa, ao invés das cinco atuais.

"As medidas que decidimos são drásticas", admitiu a chanceler alemã Angela Merkek, falando sobre uma "corrida contra o tempo".

Ao contrário da primeira onda, a gestão da segunda onda recebe críticas no país. O jornal Bild acusa o governo de ter contado "em demasia" com a União Europeia (UE) para o fornecimento de vacinas e de ter privilegiado o fármaco da cuja primeira dose já foi aplicada em mais de 264.000 pessoas.

Na França, onde até 1o de janeiro apenas 516 pessoas haviam recebido a vacina da o governo, encurralado pelas críticas, prometeu acelerar a campanha de vacinação.

Na Dinamarca, com limitações desde dezembro, o governo anunciou nesta terça-feira um endurecimento das restrições, e pediu que sejam evitados os contatos sociais, para preservar seu sistema de saúde contra a multiplicação de casos ligados à nova cepa detectada no Reino Unido

Na Espanha, onde a população também critica a lentidão da imunização, a pandemia privará as crianças das tradicionais cerimônias dos Reis Magos, populares desfiles que percorrem as cidades a cada 5 de janeiro.

Com informações do Estadão e AFP.