União Europeia propõe certificados de vacina para viagens

Por Livia Mendes

Economias que dependem do turismo têm sofrido com menos visitantes durante 2020 e têm pressionado a UE por um sistema comum que restauraria algumas viagens na região neste verão.

A Comissão Europeia, frente executiva da União Europeia (UE), propôs na quarta-feira (17) um certificado de vacinação para os cidadãos como forma de impulsionar as atividades relacionadas ao turismo neste verão.

Economias que dependem do turismo, como a Grécia, têm pressionado por um sistema comum da UE que restauraria algumas viagens na região neste verão. Esses países têm sofrido com menos visitantes durante 2020 e estão ansiosos para receber as pessoas de volta para evitar problemas econômicos mais graves.

Como resultado, a comissão sugeriu que os cidadãos da UE deveriam ser autorizados a usar um "certificado verde digital" para provar que foram vacinados contra o vírus; que eles receberam um teste Covid-19 negativo; ou eles se recuperaram após contrair o coronavírus.

A ideia com as outras duas opções além da vacinação é evitar críticas de que o documento poderia discriminar quem ainda não recebeu a vacina. No entanto, algumas nações, incluindo a França, apresentam dúvidas em relação à ideia, já que os jovens estão na última fila para receber a vacina.

Além disso, um certificado de vacina é um pouco difícil de ser administrado por alguns países da UE, dada a política de liberdade de movimento da região. Antes do coronavírus chegar os cidadãos europeus podiam se deslocar de um país para outro sem a verificação do passaporte, na maioria dos casos.

A Comissão Europeia também disse quarta-feira que todas as vacinas aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos devem ser automaticamente reconhecidas por outros estados membros sob este novo sistema. No entanto, os países que o desejassem, também poderiam reconhecer as vacinas que ainda não foram aprovadas pelo regulador europeu.

Espera-se que o documento contenha apenas um conjunto muito específico de dados: o nome do cidadão e a data de nascimento, a data de emissão do certificado, informações relevantes sobre uma vacina, teste ou recuperação e um nome de identificador exclusivo.

A Comissão afirmou ainda que o certificado será gratuito, disponível na língua do país emitente e também em inglês, e que se trata de um mecanismo apenas temporário. "Será suspenso assim que a Organização Mundial da Saúde declarar o fim da emergência sanitária internacional da Covid-19", disse a comissão em um documento.

A proposta de quarta-feira será debatida na próxima cúpula europeia, ainda neste mês. Os diferentes países da UE e o Parlamento Europeu têm de aprovar a proposta da comissão antes de poder ser implementada.

Em pronunciamento feito em fevereiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que poderia levar três meses para implementar um certificado digital.

Fonte: NBC Miami