Vacina da Pfizer mantém proteção por mais de 6 meses após segunda dose

Por Livia Mendes

Testes também apontam que o imunizante é eficiente contra a variante sul-africana.

A Pfizer e a BioNTech disseram nesta quinta-feira (01) que os testes sugerem que sua vacina é eficaz contra uma variante do coronavírus que surgiu pela primeira vez na África do Sul. Essa mutação vem preocupando cientistas que temem que ela possa tornar o vírus mais resistente às vacinas existentes.

Os farmacêuticos também disseram em um comunicado que 12 mil pessoas envolvidas em seu ensaio de Fase 3 experimentaram altos níveis de proteção contra Covid-19 seis meses após sua segunda dose, sem preocupações sérias de segurança.

O CEO e cofundador da BioNTech, Ugur Sahin, afirmou que esses resultados confirmam a eficácia e segurança do imunizante. "Esses dados também fornecem os primeiros resultados clínicos de que uma vacina pode efetivamente proteger contra as variantes atualmente em circulação, um fator crítico para alcançar a imunidade de rebanho e acabar com esta pandemia para a população global", afirmou.

Os resultados deste teste permitirão que os fabricantes de medicamentos enviem um pedido de licença biológico completo ao FDA, disse o presidente e CEO da Pfizer, Albert Bourla, no comunicado. Eles também planejam compartilhar os resultados com reguladores em todo o mundo e enviar os dados para revisão por pares.

Os testes

O estudo incluiu cerca de 44 mil pessoas, algumas das quais receberam a vacina e outras um placebo. Houve 927 casos sintomáticos de Covid-19, apenas 77 dos quais receberam a vacina, um grau de eficácia de 91,3% de acordo com a declaração.

Usando a definição de gravidade da Food and Drug Administration, apenas um dos 21 casos graves recebeu a vacina, indicando 95,3% de eficácia. Já de acordo com a definição de gravidade do Center for Disease Control (CDC), não houve casos graves no grupo vacinado, indicando 100% de eficácia contra doenças graves.

Outros imunizantes

O CDC informou na segunda-feira (29) que as vacinas Pfizer e Moderna são extremamente eficazes no mundo, reduzindo infecções em 90% em pessoas totalmente vacinadas. Os dados das pesquisas nos Estados Unidos estão de acordo com estudos semelhantes de outros países.

A vacina Pfizer-BioNTech foi administrada mais de 76 milhões de vezes nos EUA, mais de 69 milhões da Moderna e 3 milhões da Johnson & Johnson, de acordo com o CDC.

Variante Sul-Africana

Parte do teste da Pfizer-BioNTech ocorreu na África do Sul, onde a variante conhecida como B.1.351 surgiu pela primeira vez. Houve 312 casos identificados desta cepa nos Estados Unidos, de acordo com os últimos dados do CDC.

No ensaio Pfizer-BioNTech, seis casos desta variante foram observados, mas nenhum deles eram pessoas que haviam recebido a vacina - indicando uma eficácia de 100%, afirmou o estudo.

Isso aconteceu um dia depois que as empresas afirmaram que sua vacina Covid-19 é segura e eficaz em adolescentes entre 12 e 15 anos. A Pfizer-BioNTech planeja solicitar autorização de uso de emergência para essas idades nas próximas semanas.

A Pfizer também está estudando como a vacina funciona em crianças de 6 meses a 11 anos de idade. As primeiras doses desse ensaio foram administradas na semana passada.

Fonte: NBC News