Facebook vai penalizar perfis que espalharem 'fake news'

Por Arlaine Castro

A compra do Instagram e WhatsApp envolve é alvo de investigação.

O Facebook anunciou nesta quarta-feira, 26, que os perfis que compartilharem frequentemente alegações falsas serão penalizados com alcance reduzido em todos os seus posts.

Os posts considerados falsos já são penalizados pelo algoritmo da rede social. Com a mudança, um perfil que compartilhar esse tipo de conteúdo diversas vezes terá todas as publicações restritas. Na prática, isso significa que um usuário pode aparecer menos para os amigos no feed de notícias.

A rede social considera conteúdo falso aquele que foi checado por um de seus parceiros após denúncias dos usuários. No Brasil, a iniciativa de avaliar os posts começou em 2018, quando a companhia derrubou uma rede coordenada que usava contas falsas para espalhar fake news — conforme o relato do Facebook, todos os perfis estavam vinculados ao Movimento Brasil Livre (MBL).

Na mesma operação, também foram excluídas três páginas em apoio a Bolsonaro e duas que tentavam se passar pelo portal de notícias G1.

A plataforma não detalhou a partir de quantos conteúdos falsos compartilhados a penalidade será aplicada, alegando que isso poderia ajudar pessoas mal intencionadas a driblar seus sistemas. Com o tempo, o alcance do perfil volta ao normal, caso a pessoa deixe de publicar links checados – a rede também não detalhou qual é o período para isso acontecer.

O Facebook disse ainda que reformulou a notificação que avisa um usuário quando ele compartilhou um post que posteriormente foi considerado falso pelos parceiros.

O aviso vai incluir o link que detalha a checagem de fatos e explicar as punições para quem distribui alegações falsas.

As páginas que compartilham alegações falsas com frequência também serão penalizadas. A rede social vai exibir um aviso para os usuários quando eles forem curtir uma dessas páginas.

O conteúdo publicado por políticos não é submetido à checagem de fatos, segundo o Facebook. Isso vale para o que a rede social considera "discurso político" – caso essa pessoa compartilhe um link que já tinha um aviso de alegação falsa, o selo é mantido.

Ao G1, o Facebook disse que não irá apagar ou remover perfis e páginas que compartilham alegações falsas, mas diminuirá seu alcance e limitará funções como monetizar e fazer anúncios.

Outras plataformas, como o YouTube, possuem um sistema que pode bloquear a conta caso um usuário viole os termos de comunidade repetidas vezes.

Fontes de fake news

Cobrindo um período de três anos, de 2017 a meados deste ano, o relatório “The State of Influence Operations 2017-2020” do Facebook identifica as cinco principais fontes de campanhas globais de “comportamento inautêntico coordenado” (CIB). Ele se baseia em mais de 150 operações do CIB que o Facebook identificou, relatou e interrompeu.

Os Estados Unidos, a Ucrânia e o Reino Unido foram os três principais alvos dos operadores de influência estrangeira, medidos pelo Facebook por meio do número de CIBs removidos que tinham como alvo esses países.