Assassinato de jovem brasileiro por homofobia na Espanha gera protestos

Por Arlaine Castro

Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, nasceu no Brasil, mas foi para a Espanha quando tinha 1 ano de idade.

A morte do jovem Samuel Luiz Muñiz, um auxiliar de enfermagem de 24 anos, nascido no Brasil e crescido na Espanha, gerou vários protestos pelo país. Ele foi assassinado no fim de semana enquanto estava em uma boate em La Coruña, no noroeste do país.

Segundo uma amiga, Muñiz teria saído do estabelecimento para fumar e fazer uma ligação, quando foi surpreendido por um homem que desferiu socos contra ele por pensar que estava sendo filmado.

Em seguida, o homem voltou com um grupo de 10 outros homens e as agressões continuaram. Os serviços de resgate não conseguiram reanimá-lo e e ele morreu na manhã de sábado (3).

Uma investigação foi aberta, mas os autores do crime não haviam sido identificados até esta terça-feira, 6.

Desde a morte de Samuel, seus parentes relataram que se trata de um crime homofóbico, que ocorreu logo após a Semana do Orgulho na Espanha.

Protestos contra a homofobia

Além da extensa repercussão em veículos de imprensa, famosos e políticos reagiram contra a morte de Samuel Luiz Muñiz. Internautas subiram a tag #JusticiaParaSamuel nas redes sociais, como forma de protesto.

Manifestações presenciais também ocorreram na cidade, com a coordenação da Direção-Geral da Diversidade Sexual e Direitos LGTBI , do Ministério da Igualdade da Espanha. Os integrantes dos atos carregavam faixas com os dizeres “Não são espancamentos, são assassinatos” e “Acabe com a homofobia”.

Milhares de pessoas se reuniram para protestar, algumas com a bandeira do Orgulho, convocadas por grupos LGTBQIA +. Os participantes gritavam "Justiça para Samuel".

"Não são espancamentos, são assassinatos", gritava a multidão, que levava faixas com as frases: "Acabem com a homofobia", "Tudo o que me importa é viver" ou "Eles estão nos matando".

O primeiro-ministro da Espanha se manifestou, por meio de uma rede social, dizendo que confia na investigação da polícia. Ele também classificou o crime como um ato selvagem e cruel.

Também foram realizadas marchas em outras cidades do país, como La Coruña, onde se reuniram várias centenas de pessoas, segundo fotos e vídeos postados nas redes sociais. Com informações da AFP.