Morre Sergio Mendes, ícone da música brasileira, aos 83 anos, nos EUA

Difusor da bossa nova e do samba no mundo, artista ostenta marca de 14 canções no Top 100 das paradas americanas, recorde entre músicos

Por Lara Barth

Ícone musical, Sergio Mendes morre aos 83 anos

Morreu nesta sexta-feira (6), aos 83 anos, em Los Angeles, nos EUA, o pianista Sergio Mendes, consagrado como astro internacional da música brasileira.

Desde o fim de 2023, o músico vinha enfrentando doenças decorrentes de problemas respiratórios.

Principal expoente do samba-jazz, Sergio Mendes deu os primeiros passos na carreira ao lado de nomes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell, a quem conheceu no Beco das Garrafas, principal reduto da bossa nova, em Copacabana, no Rio de Janeiro, durante os anos de 1950 e 1960.

Sergio Mendes vivia há seis décadas em Los Angeles, nos Estados Unidos, ao lado da mulher, a cantora Gracinha Leporace, com quem estava casado há mais de 50 anos. Os dois eram parceiros musicais — ela cantava na banda de Sergio desde o início da década de 1970. A decisão de partir de vez, com a família, para os EUA, onde realizou duas turnês ao lado de Frank Sinatra, com quem cultivou uma profícua amizade, foi precipitada pela instabilidade do Brasil após o golpe militar de 1964.

Nos Estados Unidos, Sergio Mendes se destacou como o brasileiro com mais gravações emplacadas no Top 100 das paradas americanas (ao todo, são 14 — de "Mas que nada", que conquistou o 47º lugar em 1966, a "Olympia", que atingiu a 58ª posição em 1984). Em 1967, ele chegou ao quarto lugar nas rádios dos EUA com a versão bossa nova de "The look of love", de Burt Bacharach e Hal David. Quinze anos depois, o hit "Never gonna let you go" atingiu a mesma posição e estourou até no Japão.

Em 1992, o niteroiense gravou o disco "Brasileiro" (que ganhou o Grammy de world music), com várias canções de Carlinhos Brown, então ainda uma promessa do pop nacional. Duas décadas depois, em 2012, a dupla foi indicada ao Oscar por "Real in Rio", canção feita para o filme de animação "Rio" (2011).

Sérgio Mendes também está por trás da versão de “Mas que Nada” de 2006, uma parceria com os Black Eyed Peas.


Fonte: O Globo