Um ex-sacristão disse que foi sexualmente abusado por dois padres da Arquidioceses de Miami no começo de 1980 e que os funcionários da igreja sempre souberam dos fatos mas se negaram a falar do abusos.
Em uma ação apresentada nesta terça-feira (17), o ex-residente do sul da Flórida, identificado somente como “John Doe” por se tratar de um menor, disse que quando tinha 14 anos, os Reverendos Gustavo Miyares e Pedro Jove abusaram sexualmente dele em um seminário do Condado de Palm Beach, que fica no condomínio de Cavos na Flórida.
Miyares, sacerdote há vários anos, renunciou imediatamente. Jove, que há vinte anos mudou-se da arquidiocese e deixou formalmente o sacerdócio há doze anos, disse que nunca tinha ouvido falar sobre essas alegações.
“Esses padres se interessaram pelo menino e começaram a cortejá-lo”, disse Jeffrey Herman, advogado do acusador, em uma conferência de imprensa realizada a duas quadras da paróquia de Miyares em Hialeah.
“Um dia convidaram-no para visitá-los. Deram-lhe bebidas alcoólicas e depois realizaram o abuso sexual que começou apenas com carícias, sexo oral e sodomia (sexo anal)”.
Em uma declaração escrita por “John Doe” e entregue a imprensa, o jovem diz: “Vivi com essa dor por vários anos. Minha vida foi destruída emocionalmente. Eu era apenas um menino inseguro, tímido, que necessitava de direção. Era uma pessoa perfeitamente vulnerável”.
Myares, de 59 anos, padre da Igreja da Imaculada Conceição, decidiu renunciar durante uma reunião realizada no dia 6 de outubro, depois que altos funcionários da arquidiocese o confrontaram com as alegações. “Durante essa reunião, foi acordado que o Padre Miyares prepararia sua paróquia, sua família e sua equipe para sua eminente renuncia e partida”, disse o porta-voz da arquidiocese, Mary Ross Agosta.
Segundo Mary Ross, que se baseou em uma “decisão mutua”, as alegações eram “críveis”. Mas recusou as acusações de que a arquidiocese já tinha conhecimento do fato ou que havia outras vítimas. Os funcionários da igreja tiveram conhecimento das alegações sobre John Doe em uma carta que ele mesmo enviou no dia 4 de outubro, afirmou a porta-voz.