O TikTok será banido dos Estados Unidos a partir do próximo domingo, 20, anunciou o governo nesta sexta-feira, 18.
Dessa forma, o aplicativo chinês e também o "WeChat" não poderão mais ser distribuídos em celulares no país, segundo nota emitida pelo Departamento de Comércio. O governo alega que a medida tem como objetivo proteger a segurança nacional dos Estados Unidos de supostas ameaças do Partido Comunista da China.
TikTok, WeChat e mais aplicativos chineses estão sob suspeita de espionagem nos últimos meses pelo governo Trump. A medida emitida hoje determina que, a partir de domingo, os serviços não podem mais ser distribuídos em lojas de aplicativos no país, como a App Store e a Play Store. Além disso, as funcionalidades financeiras do WeChat serão suspensas em território nacional. Quem já possui o aplicativo instalado, vai poder continuar a usá-lo.
Trump vinha criticando as práticas de privacidade do TikTok nos últimos meses por suspeita de espionagem e tratamento indevido de dados de usuários americanos.
"O Partido Comunista da China mostrou que tem os meios e a intenção de usar esses aplicativos para ameaçar a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos", disse o departamento americano no comunicado.
Em resposta, o TikTok revelou alguns detalhes do funcionamento do aplicativo, como o algoritmo do feed For You. O governo, então, assinou uma ordem executiva no começo de agosto, decretando terça-feira, 15, como o prazo inicial para o serviço no país ser comprado por uma empresa americana.
Parceria tecnológica
Algumas instituições se interessaram pela venda das operações nos Estados Unidos, como a Microsoft e a Oracle, mas as ofertas foram recusadas pela ByteDance, atual dona do TikTok. A empresa chinesa sofreu críticas no país natal pela determinação de compra pelo governo americano. Nesta semana, TikTok e Oracle anunciaram que fecharam uma "parceria tecnológica" para tornar o TikTok Global uma empresa com sede nos EUA e assim o famoso aplicativo de vídeos, que tem cerca 800 milhões de usuários ativos ao redor do mundo, continue firme nos Estados Unidos. O acordo, no entanto, ainda espera autorização dos EUA. A ação do governo desta sexta-feira não surpreende, já que tanto o próprio presidente quanto o Secretário de Estado Mike Pompeo revelaram em entrevistas o interesse em interromper as operações do TikTok no país. Em nota, o secretário do Departamento de Comércio dos Estados Unidos declarou que: "Seguindo o posicionamento do presidente, nós tomamos uma ação significativa para combater a coleta maliciosa de dados pessoais de cidadãos americanos pela China, enquanto promovemos nossos valores nacionais, normas democráticas e aplicação agressiva das regulações e leis americanas". Importante apontar que alegações de privacidade e uso de dados podem ser usadas como pretextos para mascarar motivações políticas. O TikTok foi banido da Índia em junho porque o aplicativo estaria "roubando e transmitindo dados de usuários de maneira clandestina e não autorizada", mas a ação foi tomada após conflito entre militares indianos e chineses na região da Caxemira, área na fronteira entre os países e que é palco de tensões políticas há anos. Os impasses comerciais entre Estados Unidos e China se intensificaram desde a eleição de Trump em 2017. O mercado de aplicativos é, em geral, dominado por serviços americanos: Facebook, Messenger, WhatsApp, Instagram e Snapchat foram os apps mais baixados da década. Entretanto, o TikTok tem ganhado popularidade principalmente nos Estados Unidos nos últimos meses, com estimativas de mais de 80 milhões de usuários mensalmente ativos no país. Com informações da Reuters e TechTudo.