Além de vencer, neste domingo, a última etapa do Mundial mais longo da história da Fórmula 1, o GP da China, em Xangai, e garantir à Renault também o título de construtores, Fernando Alonso esnobou a equipe McLaren-Mercedes, sua adversária no campeonato: "Foi a nossa vitória mais fácil", afirmou.
"Já nos treinos demonstramos que seríamos aqui na China muito fortes. A corrida comprovou", disse Alonso, depois de cantar, ao receber a bandeirada, "We are the champions" (Nós fomos os campeões). Na etapa de São Paulo, dia 25 de setembro, ele já havia definido o título de pilotos. Neste domingo, com sua vitória e o 4.º lugar de Giancarlo Fisichella, a Renault chegou a 191 pontos diante de 182 da McLaren.
Quem acompanhou Alonso ao longa do Mundial sabe a importância que o espanhol dedicava a não terminar o ano, sendo campeão, com menos vitórias que o vice, Raikkonen. As críticas a sua maneira prudente de competir eram muitas. Alonso chegou a 133 pontos, Raikkonen, 112. Mas com a espetacular conquista no GP do Japão, o finlandês somou 7 primeiros lugares diante de 6 do asturiano. A forma como o piloto da Renault celebrou revelava mais que a alegria pelo título de construtores, senão ter vencido com Raikkonen na pista, logo atrás dele, e o ter igualado em número de vitórias.
A Renault quebrou, neste domingo, a mais extensa série de conquistas no Mundial de Construtores, iniciada pela Ferrari ainda em 1999. "Acho que sou o único dirigente da história campeão de pilotos e construtores por duas equipes distintas. Isso me dá uma satisfação especial", comentou Flavio Briatore, diretor da Renault. Em 1994 foi campeão com Michael Schumacher na Benetton e no ano seguinte com o alemão e o time, a Benetton novamente. Repetiu a dose.
O GP da China foi a corrida das despedidas. A Sauber, 6.ª com Felipe Massa, encerrou suas atividades. Peter Sauber vendeu a escuderia para a BMW. A Jordan, 11.ª com Tiago Monteiro, se chamará Midland em 2006. A Minardi também foi comercializada para a Red Bull e seu novo nome será Toro Rosso. As três são equipes independentes, o que atesta que na Fórmula 1 moderna não há mais espaço para os não associados a grandes grupos empresariais. Rubens Barrichello deu adeus à Ferrari com um 12.º lugar, depois de chegar a ficar em 4.º, e Antonio Pizzonia classificou-se em 13.º.
Calendário - A FIA divulgou, ainda, o calendário de 2006: o Brasil voltará a ser a prova de encerramento da temporada, dia 2 de novembro, enquanto a abertura da 57.ª temporada da Fórmula 1 começará dia 12 de março em Bahrein.