O Tratado de Não-Proliferação Nuclear está obsoleto e sua atualização é urgente, advertiu nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na abertura de uma reunião de chanceleres de quase 200 países sobre o pacto contra a expansão de armas atômicas.
- A verdade é que o regime atual não seguiu o ritmo da tecnologia e da globalização e que vários acontecimentos nesses últimos anos ameaçam torná-lo obsoleto - disse Annan.
Na reunião, chanceleres de 188 países tentam dar fôlego ao tratado global de desarmamento, cuja credibilidade, após 35 anos, está seriamente ameaçada, segundo Annan. O secretário-geral da ONU disse que é preciso "deixar de lado a retórica e a política".
Em seu discurso, Annan citou Robert Oppenheimer, um dos criadores da bomba atômica.
- Os povos do mundo devem se unir, sob pena de morrer.
Annan evocou a ameaça de uma catástrofe nuclear:
- Imagine apenas por alguns minutos quais seriam as conseqüências. Dezenas, se não centenas de milhares de pessoas pereceriam num instante, e muitas mais morreriam da exposição à radiação.
O secretário-geral disse que o risco de retirada de qualquer país do tratado precisa ser abordada ou "a garantia coletiva mais básica em que o tratado se apóia seria seriamente contestada".
A conferência durar vai durar um mês. Antes mesmo do início, já parecia fadada ao impasse. Os Estados Unidos pressionarão pelo controle dos programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte. Mas a maioria dos países se queixa de que as potências nucleares, especialmente EUA e Rússia, demoram demais em cumprir sua parte no tratado, que exige deles o desmantelamento gradual dos seus arsenais.
