Uma australiana está processando os quatro maiores bancos do país por não terem impedido seu filho adolescente de realizar uma série de operações fraudulentas, segundo a imprensa do país. O jornal “The Sydney Morning Herald” diz que a mulher - que não teve seu nome divulgado por razões legais - quer uma indenização e um pedido de desculpas dos bancos Commonwealth Bank, ANZ, Westpac e NAB por não terem submetido o filho a “checagens mais rigorosas” antes de permitir que ele abrisse contas bancárias e usasse cartões de débito. Em 2007, o garoto, então com 14 anos, chegou a faturar cerca de 6 mil dólares australianos por dia.
Depois de conseguir abrir contas munido de documentos falsos, o menino oferecia em sites como e-bay a venda de produtos não existentes como laptops, relógios e telefones celulares. Calcula-se que o esquema lhe tenha rendido cerca de 200 mil dólares australianos. A fraude foi descoberta e ele acabou cumprindo pena em instituições para menores.
O jornal afirma que a mãe tentou inúmeras vezes alertar os bancos. “Ele era um garoto inteligente que descobriu como trapacear o sistema em seu benefício. Como sua mãe e guardiã legal, implorei a bancos que parassem de lhe dar contas e cartões de débito, mas eu nunca avancei por causa das leis de privacidade”, disse ela, que chegou a denunciar o garoto 15 vezes para a polícia.
Além do esquema de vendas, o garoto começou a fraudar os bancos, aproveitando-se do cheque especial. Ele depositava pequenas quantias em cada conta e passava a ter o direito de retirar quantias maiores. “Quando uma conta era fechada, ele abria outra, se tornou um vício”, disse a mãe.
O menino começou a gastar muito, comprando roupas de marca como Versace e Prada e levando amigos para festas de final de semana em outras partes do país, além do aluguel de coberturas de luxo e limusines.
“Eu era uma mãe solteira de dois filhos, tentando desesperadamente colocar comida na mesa e ele voltava de banquetes em restaurantes de luxo e me entregava restos em embalagens de plástico”, disse ela.