A Justiça Federal do Tocantins condenou a seis anos de prisão Ivonete Barbosa da Silva, cujo apelido era “Verônica, por tráfico internacional de mulheres. A investigação e condenação estão relacionadas às 19 vítimas que foram levadas para a Europa entre 2006 e 2007, com a finalidade de prostituição.
Segundo o Ministério Público de Tocantins que iniciou a Ação Penal, as mulheres foram aliciadas em Gurupi, no sul do estado, e levadas para a Espanha. Todos os envolvidos tinham consciência de que a ação envolvia aliciamento e prostituição por meio de tráfico internacional. O juiz federal Adelmar Aires Pimenta que julgou o caso entendeu que Ivonete morava na Espanha e era considerada a chefe do esquema, sendo responsável por financiar as viagens. Além dela, outras 16 pessoas estão sendo julgadas por envolvimento nos crimes.
A investigação contou com interceptações telefônicas feitas pela polícia que descobriram como funcionava o esquema. Da Espanha, Ivonete recrutava as vítimas e com a ajuda de funcionários de duas agências de viagens da cidade as mulheres recebiam os bilhetes aéreos, além de orientação sobre como passar e o que dizer às autoridades no desembarque. As agências também reservavam hotéis apenas para garantir o “roteiro”, mas que nunca era o destino certo das vítimas.
Após chegar ao destino, as mulheres tinham que se prostituir para pagar os custos da viagem e eram submetidas a situações degradantes de moradia e alimentação e, pela “dívida”, que ficava em torno de 3.500 euros, eram impedidas de retornar ao Brasil.
De acordo com o Ministério Público Federal do Tocantins, outras pessoas envolvidas com o esquema já foram condenadas em outubro deste ano, dentre elas Maria José Pereira de Souza, Rosângela Pereira Lima e Arlene Gomes de Aguiar.
Pelo crime de tráfico internacional de mulheres, Ivonete Barbosa foi condenada a seis anos e um mês de reclusão com pena em regime semiaberto.