Um brasileiro se tornou uma das principais atrações de um circo britânico ao assumir o posto de homem-bala – depois que seu antecessor foi demitido por ter medo de voar de avião.
Diego Zeman, 24 anos, conhecido como Rocket Man - o Homem-Foguete –, vive hoje a rotina de ser disparado duas vezes por noite durante os espetáculos do circo Cottle & Austen.
Sua oportunidade chegou quando Todd, The Human Cannonbal - a Bola de Canhão Humana – se recusou a pegar um avião a fim de fazer um tratamento para o joelho no exterior.
Acostumado a ser disparado para o alto de um canhão com bem pouca proteção, Todd mostrou-se bem mais relutante na hora de entrar em um avião de passageiros, e por causa disso acabou perdendo a posição.
Nervosismo
Para Zeman, a escolha da profissão foi até certa ponto óbvia, uma vez que sua família já estava envolvida há tempos com o mundo circense.
Ele é filho de um casal de acrobatas, um brasileiro e uma húngara, que seguiu carreira no leste europeu e que começou a treiná-lo desde os oito anos.
“Eu nasci no circo e comecei com o trapézio e a corda-bamba”, conta ele.
Mas ele garante que o trabalho de ser lançado para o espaço por um canhão de 4 metros de comprimento a quase 100 km/h não é nada fácil.
“Eu sempre fico nervoso”, diz. “Tenho que me concentrar, tudo precisa estar 110% perfeito.”
Liberdade
Sua apresentação começa em semi-escuridão. De repente a luz é acesa para revelar o Homem-Foguete de pé no topo do canhão.
Ele entra na peça da artilharia e se firma em uma plataforma que deixa um espaço em relação ao fundo do canhão, onde é bombado o ar sob alta pressão que vai proceder o lançamento.
Zeman dá o sinal verde e é disparado. Dois segundos depois, se tudo der certo, pousa sobre uma rede de proteção.
“Eu me sinto livre quando estou voando. É um sentimento legal”, diz ele.
O feito exige mais habilidade e talento do que pode parecer a princípio para o público.
Além da tensão em que seu corpo fica pela repentina aceleração do lançamento, Zeman precisa realizar, durante o curto período em que fica no ar, uma verdadeira acrobacia para garantir que vai cumprir a parábola correta.
Sem falar que é preciso confiar nos artilheiros, a quem cabe garantir que o Homem-Foguete não vai ser lançado de cabeça na lona nem ficar enroscado nos cabos dos trapezistas.