"A vida dele é outra agora. Está super bem e nós estamos muito felizes", conta Marcelo Ribeiro, pai de Benjamin Ribeiro, de 12 anos, que precisou passar por delicadas cirurgias na coluna no Nicklaus Children’s Hospital, em Miami, onde ficou internado por cerca de dois meses.
Benjamin nasceu com malformação na coluna, hidrocefalia e espinha bífida, conta o pai. Desde então, o garoto passa por tratamento para amenizar os sintomas, mas agora, como está entrando na adolescência e crescendo mais rápido, seus órgãos internos estavam ficando comprimidos e ele precisou passar por pelo menos duas cirurgias bem delicadas.
Por causa da espinha bífida e a malformação, desde agosto o garoto teve que ficar 24 horas com o “halo” – um aparelho que liga da cabeça aos pés e tem um colete que serve para esticar os ossos da coluna, para que possam voltar um pouco para a posição normal. O aparelho consiste em um colete, barras de estabilização e um anel de metal envolvendo a cabeça do paciente e fixado ao crânio com múltiplos pinos.
"Com o halo, esticaram ao máximo a coluna dele para que ficasse mais reta. Colocaram então uma espécie de vareta de metal na coluna que vai ajudar a fazer com que ela não se contraia tanto novamente”, explica o pai.
Mas antes da cirurgia dos pinos na coluna, Benjamin passou pela cirurgia para recuperar a posição normal dos órgãos. "Como a curvatura dele é muito acentuada, os órgãos estavam ficando comprimidos o que comprometia o funcionamento normal e crescimento deles",
completa Marcelo.
Conforme a previsão, Benjamim conseguiu melhorar a postura e cresceu 9 inches (aproximadamente 22 centímetros).
Ainda quando estava internado e antes de passar pelas cirurgias, Benjamim precisou inclusive de transfusão de sangue. Foi quando a família fez uma campanha para o banco de sangue do hospital e com a ajuda da divulgação pelo Gazeta News, conseguiu doadores suficientes. Leia sobre a campanha no link Brasileiros buscam doadores de sangue para filho internado em Miami
. "Agradecemos a colaboração. Deu tudo certo e já estamos em casa", disse Marcelo, que fez questão de informar sobre a alta do filho. Como foi um processo muito longo e de muito risco, o pai diz que a família está aliviada e feliz. "Agora, tão logo tirar os drenos, Benjamim fará fisioterapia e poderá ir para a escola", finaliza.Escoliose infantil
Os pais de Benjamin aproveitaram a campanha do filho para alertar os pais sobre maus hábitos das crianças que podem desencadear problemas na coluna como escoliose, por exemplo. “Queremos não somente divulgar a campanha para a doação de sangue, mas além disso informar sobre essa condição dele que acomete outras crianças e também lembrar que mesmo as que não nascem com algum problema na coluna, mas adquire por causa de maus hábitos de postura, pela posição diária ao celular e computador, por exemplo. Tem havido muito caso de criança com escoliose”, acrescenta Marcelo. Com outras duas filhas, Melissa com 8 e Mariana com 4 anos, a família mora em Pompano Beach e se reveza com os cuidados com os três filhos.
Mochila pesada, celular e esforço repetitivo
Diferente de doenças como a do Benjamin, a incidência de problemas na coluna como escoliose (deformidade em curva da coluna vertebral para um dos lados, formando um “S” ou um “C”) ,ou cifose ( doença que afeta a coluna da pessoa e a deixa corcunda) entre crianças e adolescentes, principalmente de 10 a 15 anos, podem ser provocadas com o tempo e tem aumentado. Podem ser citadas como causas a postura errada, muito tempo na mesma posição por causa de aparelhos eletrônicos como celulares e tablets, excesso de peso em mochilas, além das dores de crescimento, por exemplo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70% dos problemas de coluna na fase adulta tem como causa o efeito cumulativo do excesso de peso e esforço repetitivo na infância e adolescência.