Com um exército de 40 mil “dindas”, a pequena Maitê fez primeira cirurgia e continua o tratamento na Flórida
Com o mundo cada vez mais conectado e globalizado, as campanhas na internet têm ganhado cada vez mais visibilidade e mostram que, com união e estratégia, podem driblar as dificuldades e dar resultados, inclusive em se tratando de saúde. É o caso da pequena Maitê Laurelli, que com tão pouca idade tem um exército de seguidores e milhares de “dindas”, e, graças à eles, conseguiu a primeira cirurgia e tratamento para uma condição rara na Flórida. Maitê, hoje com 18 meses, nasceu com malformação devido àhemimelia fibular bilateral e congênita, uma condição rara e sem causa definida que provoca alteração ortopédica e impede o desenvolvimento dos pés e dedos. Com poucas possibilidades no Brasil, onde médicos recomendaram a amputação de uma das pernas, graças a uma campanha massiva na internet, hoje ela faz tratamento especializado no Instituto Paley, em West Palm Beach. Os pais, Rúbia Mendes Laurelli, 28, e Rodrigo Eduardo Oliveira Silva 32 anos, têm ainda outro filho mais velho, Cauã Laurelli Oliveira, de 4 anos, e encontraram na campanha online ajuda e amparo para a condição da filha que acontece 1 em cada 50 mil nascimentos e, na maioria dos casos, termina em amputação. Criado pelo médico Dr. Paley, do Paley Institute, que fica em West Palm Beach, o procedimento de reconstrução ortopédica trata crianças com hemimelia fibular há 30 anos, o que indica maiores chances de sucesso. Feito esse procedimento, seriam realizados alongamentos ósseos por meio de fixadores externos até ela parar de crescer”, explica Rubia. Assim que souberam da possibilidade de tratamento, a família, que é de Itajubá (MG), iniciou uma campanha no Brasil para angariar fundos. Nasceu assim a campanhaJuntos pela Maitê, onde milhares de mulheres que se consideram “dindas” da Maitê, ajudam a divulgar sua história. “Fizemos um ano de campanha para arcar com a primeira cirurgia que foi em outubro do ano passado e deu muito certo”, conta Rubia. O grupo de apoio à Maitê na internet - Bonde das dindas Soulmanas – tem mais de 40 mil mulheres que se consideram madrinhas da pequena. É um verdadeiro exército de seguidores que compartilham e ajudam. “Não fosse pela campanha na internet, não sei se teríamos conseguido. A campanha da Maitê tomou uma proporção muito grande com milhares de pessoas ajudando e compartilhando a história”, destaca. Depois da primeira cirurgia, eles voltaram para o Brasil e em dezembro, retornaram para a Flórida para que Maitê pudesse começar também a fisioterapia. “Ela precisa fazer cirurgias até os 15 anos. Serão de três a quatro alongamentos. A próxima cirurgia será a retirada dos pinos internos no pé e nas pernas. Ainda não está marcada e por enquanto ela está fazendo a fisioterapia no Paley Institute”, conta a mãe.Concursos na internet
A família calcula que já gastou pelo menos R$360 mil com a cirurgia e as fisioterapias. Para continuar a custear o tratamento de Maitê, Rubia, que trabalhava como professora e Rodrigo que atuava na empresa da família no Brasil, contam também com participação em concursos infantis na internet que rendem um dinheiro extra. “Cada concurso dá um prêmio em torno de US$500 a US$1.500 por votação de internautas. Os filhos das ‘dindas’ também participam. Nós já ganhamos cinco concursos e assim faremos nos próximos procedimentos da Maitê. Esses valores de concursos são utilizados na fisioterapia dela e na próxima cirurgia se conseguirmos juntar e ganhar mais concursos”, explica Rubia. Em uma página no Facebook Sou Mãe e um canal no YouTube, Rubia conta o dia-a-dia da família, principalmente da filha. As páginas online também ajudam a arrecadar dinheiro. “Um dos quadros é o ‘Diário da Maitê’. Nosso foco foi usar nosso grupo e achar soluções para a questão financeira da campanha que não incluísse mais doações. Também ajudamos na divulgação de outras campanhas e eu ajudo com todas minhas redes essas mães que de alguma forma me ajudam tanto. Então troco isso com elas, porém, todos valores são exclusivos para o tratamento da Maitê”, conta Rubia. Por meio do grupo na internet, as participantes incentivam outras pessoas que estão em campanha e ensinam como divulgar e dar visibilidade ao caso. “A internet ajuda muito. Tudo pode ser conquistado com união e estratégia”, finaliza Rubia. Legenda: O uso das redes sociais foi e tem sido a chave para a conquista da cirurgia e tratamento da Maitê no Instituto Paley, em West Palm Beach.