Crianças que nascem por meio de cesariana correm mais risco de ter cáries no futuro, segundo cientistas americanos.
Uma pesquisa feita na Universidade de Nova York analisou os históricos de 156 bebês e concluiu que os que nasceram por cesariana foram infectados com uma bactéria que causa cáries um ano antes que os que vieram ao mundo por parto normal.
Isso porque eles estavam mais expostos a bactérias durante o parto, afirmam os cientistas.
Em artigo publicado na revista acadêmica Journal of Dental Research, os autores do estudo admitem, porém, que fatores sociais também influenciam a proporção da incidência de cáries nos dois grupos.
Streptococcus mutans
Em média, os 29 bebês do grupo analisado que haviam nascido por cesariana mostraram os primeiros sinais de presença da bactéria streptococcus mutans 17 meses depois de verem a luz.
Entre os 127 que nasceram por parto normal, as bactérias começaram a se manifestar 29 meses após o parto.
A streptococcus mutans cresce na superfície dos dentes e logo acima da linha da gengiva, onde trabalha na transformação de alimentos em ácidos.
Ela é transmitida aos bebês principalmente pelas mães, por causa do contato íntimo que possuem.
Estudos anteriores haviam estabelecido que, quanto antes se desenvolve a bactéria, é maior a incidência de cáries nas crianças.
Resistência
“Crianças que nascem pela vagina oferecem um ambiente menos hospitaleiro às bactérias orais”, disse o chefe dos cientistas, Yihong Li.
“Elas desenvolvem mais resistência a estas bactérias no primeiro ano de vida, em parte por causa da exposição a uma maior variedade e intensidade de bactérias de suas mães no ambiente que cerca o nascimento.”
“As crianças que nascem em cesarianas se expõem menos a bactérias ao nascer, e por isso desenvolvem menos resistência.”
Por outro lado, ele admitiu que as mães que deram à luz por cesariana e fizeram parte do estudo tinham uma incidência maior de cáries, maior histórico de doenças venéreas e renda mais baixa, o que pode ter contribuído para os resultados da pesquisa.