O ano de 2025 ficará marcado como um período de transição profunda, especialmente para quem vive fora do seu país de origem. Foi um ano de ajustes, tensões, reposicionamentos e, acima de tudo, de consciência coletiva sobre o papel dos governos, das políticas migratórias e do impacto direto dessas decisões na vida de milhões de imigrantes.
Nos Estados Unidos, 2025 foi um ano de polarização política intensa. O debate sobre imigração voltou ao centro das campanhas, discursos e decisões administrativas. Medidas mais rígidas em determinadas áreas conviveram com tentativas de modernização em outras, criando um cenário de insegurança jurídica e emocional para quem depende de vistos, autorizações de trabalho, renovações de status e processos ainda em andamento.
Para os imigrantes, o sentimento predominante foi o da instabilidade. Muitos viveram o ano em estado de alerta: mudanças em regras, atrasos em processos, aumento de fiscalizações e um discurso político que, em vários momentos, voltou a tratar a imigração como problema — e não como parte essencial da economia e da diversidade americana.
Ao mesmo tempo, 2025 também foi um ano de amadurecimento da comunidade imigrante. Vimos mais informação circulando, mais pessoas buscando orientação legal adequada, mais diálogo sobre planejamento migratório e menos espaço para improviso. A desinformação ainda existe, mas a consciência sobre a importância de fazer tudo dentro da lei cresceu.
No campo político, ficou claro que decisões eleitorais têm consequências diretas na vida de quem não vota, mas sente. A imigração deixou de ser apenas um tema de fronteira e passou a ser uma questão de economia, segurança, mercado de trabalho e identidade nacional. Esse reposicionamento deve continuar em 2026.
O próximo ano tende a ser ainda mais decisivo. Com novos alinhamentos políticos e pressão de setores econômicos que dependem diretamente da mão de obra imigrante.
Para os imigrantes, o desafio será planejar com mais estratégia e menos emoção. 2026 exigirá organização, documentação em dia, orientação jurídica séria e, principalmente, clareza sobre limites e possibilidades reais.
Se 2025 foi o ano do alerta, 2026 será o ano da decisão: ficar, regularizar, mudar de status, empreender, investir ou até redirecionar planos. A improvisação já não cabe mais.
Como jornalista e como imigrante há mais de duas décadas, acredito que o maior aprendizado deste ano foi entender que informação é proteção. Em tempos de mudanças políticas e sociais, quem se informa, se antecipa e se posiciona, sofre menos impacto.
Seguimos atentos, críticos e comprometidos em levar informação clara, responsável e acessível à nossa comunidade. Porque viver fora do país de origem exige mais do que coragem — exige consciência.
Que 2026 seja um ano de mais clareza, menos ruído e decisões mais humanos.
Boas Festas!!!

